Riqueza: o país mais rico continua sendo a Suíça, com US$ 537,60 por adulto (Poike/Thinkstock)
EFE
Publicado em 14 de novembro de 2017 às 13h52.
Genebra - O patrimônio global dos milionários aumentou no último ano 6,4% (US$ 16,7 trilhões), o que representa o maior ritmo de crescimento desde 2012 e situa a riqueza mundial em mãos privadas em US$ 280 trilhões, revela um estudo do banco Credit Suisse publicado nesta terça-feira.
Segundo o relatório, esse aumento, registrado entre meados de 2016 e meados de 2017, é o resultado de "lucros amplos nos mercados de capital combinado com avanços similares em ativos não financeiros, que evoluíram acima do nível prévio à crise financeira global de 2007 pela primeira vez neste ano".
O estudo destaca, além disso, que o aumento do patrimônio também superou o crescimento da população, de maneira que a média de riqueza por cada adulto aumentou 4,9% e alcançou um novo recorde de US$ 56,5 mil.
No entanto, a brecha entre os que mais têm e os que menos é considerável, dado que no ranking da distribuição da riqueza é possível observar que 3,5 bilhões de pessoas, equivalente a 70% de todos os adultos no mundo, possuem menos de US$ 10 mil.
Sobretudo os chamados "millennials", aqueles jovens que nasceram nas duas últimas décadas do século XX, foram afetados pelas perdas de capital durante o período 2008-2009, quando o mundo estava em plena crise, com elevado desemprego, normativas hipotecárias mais estritas, aumento do preço das casas, uma maior desigualdade nos ingressos e menos acesso às pensões.
"Ao ocupar a geração do baby 'boom' (as pessoas nascidas nas décadas de 1950 e 1960), com maior oferta de empregos e facilidade para obter imóveis, os "millennials" evoluem pior que seus pais quando estes tinham a mesma idade, especialmente em relação aos ingressos, à propriedade de um imóvel e outras dimensões de bem-estar", afirma o estudo.
O país mais rico - é medido pela fortuna por adulto -, continua sendo a Suíça, com US$ 537,60 por adulto, seguido da Austrália (US$ 402,60) e EUA (US$ 388,60).
Entre os dez primeiros há cinco países europeus: Noruega, Dinamarca, Bélgica, Reino Unido e França.
O mercado britânico se recuperou depois das perdas causadas pelo voto a favor da saída do país da União Europeia (UE), mas "as previsões seguem sendo incertas".
Por outro lado, o Credit Suisse observou um aumento de 2,3 milhões de milionários em dólares, quase a metade dos quais residem nos Estados Unidos.
Além disso, devido em parte ao aumento de 3% no valor do euro frente ao dólar, a entidade registrou 620 mil novos milionários em dólares nos principais países da zona do euro: Alemanha, França, Itália e Espanha.
Segundo o estudo, a riqueza total da zona do euro chega a US$ 53 trilhões atualmente, comparável com a fortuna global dos EUA no final dos anos 1990.
Outros 200 mil novos milionários se somaram na Austrália e aproximadamente o mesmo número apareceu na China e na Índia conjuntamente.
O estudo notou que em poucos países houve uma queda de milionários e se houve, esta estava associada principalmente à desvalorização de divisas.
Assim, o Reino Unido perdeu 34 mil milionários e o Japão mais de 300 mil.
Segundo o estudo, na Espanha há 428 mil milionários com mais de US$ 1 milhão frente aos 370 mil de 2016.
Para 2022, o Credit Suisse prevê que os milionários na Espanha aumentem para 506 mil.
Se for comparado o aumento da riqueza entre países, os EUA recuperaram seu habitual primeiro posto com um aumento de US$ 8,5 trilhões, que é cinco vezes a alta registrada na China (US$ 1,7 trilhão), que se encontra em segundo lugar.
Alemanha, França, Itália e Espanha também figuram entre os dez primeiros com mais aumento de fortunas e juntos somam US$ 3,1 trilhões ou quase 20% do aumento global.