Decisão da União Europeia pode afetar a dinâmica das principais redes sociais (Florian Gaertner/Getty Images)
Reuters
Publicado em 26 de março de 2019 às 13h14.
Estrasburgo — Parlamentares da União Europeia endossaram uma revisão das regras de copyright do bloco feitas há duas décadas, que forçará o Google e o Facebook a pagar aos editores pelo uso de trechos de notícias e a filtrar conteúdo protegido.
O Parlamento Europeu apoiou as reformas por 348 votos a 274 nesta terça-feira, 26, após um debate que colocou a indústria criativa da Europa contra empresas de tecnologia, ativistas da internet e grupos de consumidores preocupados que as novas regras possam ser muito caras e bloquear muito conteúdo.
A Comissão Europeia começou a rever as regras há dois anos em uma tentativa de proteger uma indústria que vale 915 bilhões de euros por ano, respondendo por 11,65 milhões de empregos e 6,8 por cento da economia da UE.
As novas regras significam que Google e outras plataformas digitais terão que assinar contratos de licenciamento com músicos, artistas, autores, editores de notícias e jornalistas para usar seu trabalho online.
O YouTube do Google, o Instagram do Facebook e outras plataformas de compartilhamento também terão que instalar filtros para impedir que usuários façam upload de materiais protegidos por direitos autorais.
O chefe digital da Comissão para a Europa, Andrus Ansip, disse que as reformas melhorariam a posição de escritores, jornalistas, cantores, músicos e atores em relação às grandes plataformas usando seu conteúdo.
"A votação de hoje garante o equilíbrio certo entre os interesses de todos os participantes - usuários, criadores, autores, imprensa - ao mesmo tempo em que impõe obrigações proporcionais nas plataformas online", disse ele em um comunicado.
Mas o Google disse que as reformas levarão à incerteza jurídica e prejudicarão as economias criativas e digitais da Europa. A Organização Europeia do Consumidor (BEUC, sigla em inglês) ecoou as críticas.
No mês passado, Finlândia, Itália, Luxemburgo, Holanda e Polônia recusaram-se a apoiar as reformas