Economia

Paraná prevê redução de 11% no plantio de trigo em 2010

SÃO PAULO (Reuters) - A área plantada com trigo em 2010 no Paraná, o maior produtor brasileiro do cereal, deverá cair 11 por cento em relação ao ano passado, para 1,16 milhão de hectares, informou nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão do governo do Estado. A redução na área plantada ocorre depois […]

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2010 às 21h07.

SÃO PAULO (Reuters) - A área plantada com trigo em 2010 no Paraná, o maior produtor brasileiro do cereal, deverá cair 11 por cento em relação ao ano passado, para 1,16 milhão de hectares, informou nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão do governo do Estado.

A redução na área plantada ocorre depois de uma safra em 2009 prejudicada por problemas climáticos, em um mercado pouco interessante para os produtores.

Chuvas excessivas elevaram a incidência de doenças fúngicas no Estado no ano passado, além de afetarem a qualidade do trigo na época da colheita.

"A queda na área ocorre em decorrência de frustrações tanto no campo como no mercado", afirmou o agrônomo do Deral Otmar Hubner, especialista em trigo.

Com uma área de 1,3 milhão de hectares em 2009, o Paraná poderia ter colhido uma safra recorde de 3,5 milhões de toneladas. Mas a produção ficou em 2,5 milhões de toneladas --e parte desse volume ainda é tido como trigo de baixa qualidade.

Assim, em 2010, mesmo com uma área menor, a produção poderá subir para 3,13 milhões de toneladas, se o tempo for favorável.

"Se o El Niño perder força, como dizem, poderemos ter uma boa safra de trigo", disse ele, observando que não haveria tanta chuva na época da colheita como houve em 2009.

O plantio de trigo no Estado começa entre março e abril e vai até julho, no Sul paranaense. Uma boa produção no Paraná costuma ajudar o Brasil a reduzir suas importações, uma vez que o país está longe de ser autossuficiente.

Hubner lembrou ainda que a comercialização de trigo, em meio a preços baixos, também está muito dependente dos leilões de prêmio para o escoamento do governo. E essa situação, avaliou ele, desestimula os produtores.

SOJA E MILHO

Também nesta quinta-feira, o Deral elevou a sua estimativa de safra de soja 2009/10 para 13,6 milhões de toneladas, ante estimativa no mês passado de 13,4 milhões de toneladas, com o tempo mantendo-se favorável para o desenvolvimento das lavouras.

Se a previsão de safra se confirmar, seria um recorde perseguido há anos pelo Estado, que já colheu 17 por cento de sua área de soja.

Há um ligeiro atraso na colheita paranaense de soja em relação ao ano passado. Nesta época, produtores tinham colhido 22 por cento da área.

Na temporada passada, a colheita da oleaginosa somou 9,3 milhões de toneladas, segundo o Deral.

Em 09/10, as lavouras de soja estão apresentando uma média de 3,1 mil quilos por hectare, mas há casos no Estado de plantações cujas produtividades superaram 4 mil quilos por hectare, disse Hubner.

A média de rendimento das lavouras de milho também está surpreendendo, com um volume de 7,2 mil quilos por hectare até agora, numa safra em que a área com o cereal perdeu espaço para a soja.

O Deral prevê uma primeira safra de milho em 6,47 milhões de toneladas, ante 6,3 milhões na previsão do mês passado e contra 6,7 milhões na temporada anterior.

O Estado já colheu 23 por cento da área de milho de verão. Ao mesmo tempo já plantou 39 por cento da área de milho safrinha (segunda safra), que também deve ter redução de plantio, em função do desestímulo dos produtores com os preços.

O Deral prevê uma área de milho safrinha em 1,39 milhão de hectares, queda de 9 por cento ante o ano passado. Porém, a expectativa é de uma produção de 6 milhões de toneladas, alta de 35 por cento ante a temporada passada, se o tempo ajudar.

 

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