Para Mercado, PIB não passa de zero em 2014
Pesquisa feita com 20 instituições do mercado financeiro mostra que nenhuma das projeções de crescimento do PIB ultrapassa os 0,8
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2014 às 08h53.
São Paulo e Rio - A retração de 0,6% no Produto Interno Bruto ( PIB ) do segundo trimestre em relação ao primeiro deflagrou uma onda de revisões nas projeções para o crescimento da economia .
Uma pesquisa feita com 20 instituições do mercado financeiro pela 'Agência Estado' mostra que, na média, os analistas esperam uma alta de 0,35% no PIB neste ano e nenhuma das projeções ultrapassa os 0,8.
Até o ministro da Fazenda, Guido Mantega , revelou que o governo vai revisar sua projeção, que hoje indica um aumento de 1,8%. Antes da divulgação ontem do PIB, o Boletim Focus, pesquisa do Banco Central (BC) com cerca de 100 instituições, apontava projeção média de crescimento de 0,7% neste ano.
Para o terceiro trimestre, o cenário traçado pelos 20 analistas financeiros pesquisados também não é dos mais animadores. As previsões preliminares vão de uma queda de 0,1% a uma expansão de 0,8% em relação ao segundo trimestre - alta de 0,2% na média.
Entre a maioria dos economistas consultados, a perspectiva para o PIB no segundo semestre é um pouco melhor do que a observada no primeiro, quando houve expansão de 0,5% em relação a igual período de 2013, mas o cenário esperado seria insuficiente para reerguer a economia.
Efeito Copa. "A expectativa é de alguma retomada leve da atividade em agosto devido basicamente a mais dias úteis", comentou o economista Henrique Santos, da gestora ARX Investimentos, lembrando do efeito da Copa do Mundo.
Para o último trimestre, a ARX trabalha com estimativa preliminar de expansão entre 0,5% e 0,6% ante o terceiro trimestre, mas isso não seria suficiente para recuperar o resultado do acumulado de 2014, que deverá ser de apenas 0,1%.
Após os dados do PIB do segundo trimestre, a consultoria Tendências revisou a projeção para 2014, de um crescimento de 0,6% para avanço de apenas 0,3%. "Teria de haver uma recuperação muito forte da economia, o que não me parece factível, dado que os indicadores (já divulgados) não apontam isso", argumentou o economista Rafael Bacciotti.
Segundo a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), o crescimento das vendas de em julho sinaliza uma recuperação da economia, após três meses consecutivos de desempenho negativo.
O papelão ondulado é usado nas embalagens de diversos produtos e suas vendas costumam indicar avanços e retrações na economia.
O economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, está no piso do levantamento da Agência Estado. Para Oliveira, a confiança em queda reforça a percepção de baixa até no atual trimestre. Para o último quarto do ano, o banco espera avanço de 0,20%, o que levaria a crescimento zero em 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.