Para FGV, recuperação da indústria ainda é dúvida
O Índice de Expectativas (IE) medido na Sondagem da Indústria, da Fundação Getulio Vargas (FGV), melhorou 1,8%, segundo a prévia divulgada nesta quinta
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2014 às 15h16.
Rio - Os feriados decretados em função da Copa do Mundo ficaram para trás e a produção industrial registrou alguma recuperação em agosto, o que animou os empresários do setor.
O Índice de Expectativas (IE) medido na Sondagem da Indústria, da Fundação Getulio Vargas (FGV), melhorou 1,8%, segundo a prévia divulgada nesta quinta-feira, 21.
"O resultado reflete uma melhora marginal na produção", disse o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo.
"Mas ainda é cedo para dizer que isso determina uma fase de aceleração. Não é suficiente para traçar um cenário de melhora", ponderou.
O ajuste na produção trouxe na mesma esteira um leve aumento no Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), de 83,2% para 83,3%, de acordo com a prévia.
A melhora nas expectativas mostrou ainda que a perspectiva para o emprego parou de piorar.
Mas a tendência para os negócios nos próximos seis meses ainda está em queda, o que coloca em xeque a força dessa recuperação.
Além disso, o Índice de Situação Atual (ISA) mostrou novo recuo, de 4,0% em agosto ante julho. No saldo, a confiança cedeu 1,2%. "Persiste a fase muito ruim na indústria ", avaliou Campelo.
Diante das projeções de que o segundo semestre será um pouco melhor, o superintendente considera "um quadro factível" que a melhora na produção - e, consequentemente, nas expectativas - persista nos próximos meses.
"Mas seria uma melhora bastante limitada. A percepção sobre a demanda está muito fraca, e a indústria está estocada. Persistem alguns fatores de incerteza, como a eleição. Acredito mais numa devolução da intensificação (da piora), em vez de uma fase de aceleração", disse.