Para especialistas, greve bancária pouco afeta o varejo
Avaliação é que paralisação prejudica mais o varejo de regiões distantes, em que são restritas as negociações por meios eletrônicos
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2013 às 18h49.
São Paulo - A greve dos bancários tem afetado pouco o comércio nos grandes centros, onde o consumidor dispõe de outros acessos a serviços financeiros, que não apenas as operações tradicionais na boca do caixa. A paralisação da categoria, que entra no 19º dia nesta segunda-feira, 07, prejudica mais o varejo de regiões distantes, em que são restritas as negociações por meio de caixas eletrônicos, cartões de crédito e internet.
A avaliação é dos economistas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Fábio Pina, e o da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri.
Na semana passada, a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgou nota, dizendo que haveria um prejuízo de 30% para o setor varejista, se a greve se estendesse até o quinto dia útil de outubro, ou seja, esta segunda-feira. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, procurou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, mas ele não retornou.
Segundo o Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito, divulgado mais cedo pela Serasa Experian, a procura por financiamentos caiu 9,8% na comparação de setembro com agosto. A entidade associa a queda à greve nacional dos bancários. Na comparação com setembro do ano passado, a demanda por crédito cresceu 4,4% e, no ano, a alta é ainda ligeiramente maior, de 4,6%.
"O impacto da greve dos bancários sobre as vendas do comércio (no Estado de São Paulo) é pequeno. É claro que se a paralisação demorar pode haver algum impacto", diz Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP. Ele ressalta que as pessoas conseguem fazer nos caixas eletrônicos, correios e internet cerca de 99% das transações financeiras que antes só eram possíveis nos balcões das agências bancárias.
Ainda segundo Pina, é reduzido o número de trabalhadores que recebem salários diretamente da mão do empregador ou os sacam na boca do caixa. Estas operações são feitas por meio de cartões eletrônicos. "Não há uma evidência de que a greve esteja afetando o consumidor", afirma o economista. Algum problema quem acaba enfrentando é o comerciante que precisa falar com o gerente de banco para estruturar uma ou outra operação financeira, e descontar seus recebíveis.
Alfieri, da ACSP, entende que a queda por demanda de crédito na passagem de agosto para setembro decorre mais de um fator sazonal do que da greve dos bancários. A explicação, de acordo com ele, é simples: em agosto se comemora o Dia dos Pais. Apesar de ser uma data comemorativa com um menor apelo para as vendas do que o Dia das Mães, das Crianças e Natal, sempre acaba se sobressaindo sobre setembro que não tem data representativa para o comércio.
"O importante é comparar setembro com setembro do ano passado", pondera Alfieri. Ele observa que o Indicador de Movimento de Comércio (IMC) da associação também mostrou queda de 5,3% em setembro sobre agosto. Na comparação com setembro do ano passado, o IMC cresceu 2%. "Sempre tem queda de agosto para setembro", reforça o economista da ACSP. De acordo com ele, nem dá para avaliar se houve diminuição das vendas para o Dia das Crianças porque, normalmente, o consumidor faz as compras na última hora.
Além disso, o grosso das vendas para o Dia das Crianças é formado por brinquedos e roupas com um tíquete médio de R$ 100, valor que o consumidor consegue sacar com facilidade nas casas lotéricas, pagar com cartões de débitos e crédito.
Greve
Na última sexta-feira (4), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) fez uma proposta de reajuste para os salários dos bancários de 7,1%, com 0,97% de aumento real. Também ofereceu 7,5% no piso e 10% na parcela fixa e no teto da parcela adicional da PLR, sem alteração nos percentuais da regra.
Os bancários pedem índice de 11,93%, o que representaria um aumento real de 5 pontos porcentuais, piso salarial no valor de R$ 2.860,21 e a PLR (três salários-base mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15). A categoria quer ainda a valorização dos vales-refeição e alimentação (um salário mínimo) e melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais. Também reivindicam abono assiduidade.
São Paulo - A greve dos bancários tem afetado pouco o comércio nos grandes centros, onde o consumidor dispõe de outros acessos a serviços financeiros, que não apenas as operações tradicionais na boca do caixa. A paralisação da categoria, que entra no 19º dia nesta segunda-feira, 07, prejudica mais o varejo de regiões distantes, em que são restritas as negociações por meio de caixas eletrônicos, cartões de crédito e internet.
A avaliação é dos economistas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Fábio Pina, e o da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri.
Na semana passada, a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgou nota, dizendo que haveria um prejuízo de 30% para o setor varejista, se a greve se estendesse até o quinto dia útil de outubro, ou seja, esta segunda-feira. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, procurou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, mas ele não retornou.
Segundo o Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito, divulgado mais cedo pela Serasa Experian, a procura por financiamentos caiu 9,8% na comparação de setembro com agosto. A entidade associa a queda à greve nacional dos bancários. Na comparação com setembro do ano passado, a demanda por crédito cresceu 4,4% e, no ano, a alta é ainda ligeiramente maior, de 4,6%.
"O impacto da greve dos bancários sobre as vendas do comércio (no Estado de São Paulo) é pequeno. É claro que se a paralisação demorar pode haver algum impacto", diz Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP. Ele ressalta que as pessoas conseguem fazer nos caixas eletrônicos, correios e internet cerca de 99% das transações financeiras que antes só eram possíveis nos balcões das agências bancárias.
Ainda segundo Pina, é reduzido o número de trabalhadores que recebem salários diretamente da mão do empregador ou os sacam na boca do caixa. Estas operações são feitas por meio de cartões eletrônicos. "Não há uma evidência de que a greve esteja afetando o consumidor", afirma o economista. Algum problema quem acaba enfrentando é o comerciante que precisa falar com o gerente de banco para estruturar uma ou outra operação financeira, e descontar seus recebíveis.
Alfieri, da ACSP, entende que a queda por demanda de crédito na passagem de agosto para setembro decorre mais de um fator sazonal do que da greve dos bancários. A explicação, de acordo com ele, é simples: em agosto se comemora o Dia dos Pais. Apesar de ser uma data comemorativa com um menor apelo para as vendas do que o Dia das Mães, das Crianças e Natal, sempre acaba se sobressaindo sobre setembro que não tem data representativa para o comércio.
"O importante é comparar setembro com setembro do ano passado", pondera Alfieri. Ele observa que o Indicador de Movimento de Comércio (IMC) da associação também mostrou queda de 5,3% em setembro sobre agosto. Na comparação com setembro do ano passado, o IMC cresceu 2%. "Sempre tem queda de agosto para setembro", reforça o economista da ACSP. De acordo com ele, nem dá para avaliar se houve diminuição das vendas para o Dia das Crianças porque, normalmente, o consumidor faz as compras na última hora.
Além disso, o grosso das vendas para o Dia das Crianças é formado por brinquedos e roupas com um tíquete médio de R$ 100, valor que o consumidor consegue sacar com facilidade nas casas lotéricas, pagar com cartões de débitos e crédito.
Greve
Na última sexta-feira (4), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) fez uma proposta de reajuste para os salários dos bancários de 7,1%, com 0,97% de aumento real. Também ofereceu 7,5% no piso e 10% na parcela fixa e no teto da parcela adicional da PLR, sem alteração nos percentuais da regra.
Os bancários pedem índice de 11,93%, o que representaria um aumento real de 5 pontos porcentuais, piso salarial no valor de R$ 2.860,21 e a PLR (três salários-base mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15). A categoria quer ainda a valorização dos vales-refeição e alimentação (um salário mínimo) e melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais. Também reivindicam abono assiduidade.