Para dirigente do Fed, pode ser necessário aumentar juros acima do esperado
Para Williams, a economia americana ainda não está em uma recessão, ou mesmo perto de uma, definindo o status atual como "crescendo de forma modesta"
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de dezembro de 2022 às 17h21.
Em entrevista nesta sexta-feira, 16, à Bloomberg TV, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, John Williams, afirmou que "medidas suficientemente restritivas para baixar a inflação" podem exigir juros mais altos do que as previsões de 5% a 5,5% para o próximo ano. Williams declarou que o banco central está comprometido a tomar as "ações necessárias" para trazer a inflação de volta à meta de 2%.
No entanto, durante a entrevista, o dirigente demonstrou otimismo e confiança sobre as decisões de política monetária já emitidas pelo Fed e as projeções para 2023, considerando os índices recentes da economia norte-americana e global.
Williams apontou principalmente para a melhora nas cadeias de suprimento internacionais e reversão nos preços de bens e importações. "Esses fatores me levam a acreditar que vamos conseguir baixar a inflação para um valor entre 3 a 3,5% no próximo ano", relatou ele, acrescentando que o "problema real" ainda seria baixar a inflação e que é essencial continuar acompanhando os dados.
Para Williams, a economia americana ainda não está em uma recessão, ou mesmo perto de uma, definindo o status atual como "crescendo de forma modesta". Ele ressalta que o mercado de trabalho e a demanda continuam fortes, mais resilientes do que as expectativas do Fed.
"Precisamos ver redução nas pressões do mercado de trabalho e imobiliário para mudar estratégia de política monetária, por serem indicadores que afetam o preço doméstico e que são importantes para colocar a inflação de volta na meta", explicou o dirigente.
Questionado sobre a confiança do setor econômico no Fed, Williams afirmou não acreditar que o banco central perdeu "credibilidade de forma nenhuma". "Estamos tomando decisões importantes no último ano para fortalecer nossa política monetária restritiva e comprometidos a realizar as ações necessárias para trazer a inflação de volta a meta de 2%", concluiu.
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