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Para China, globalização é tendência histórica que não pode ser parada

Representantes chineses pediram a defesa do multilateralismo econômico na reunião da 11ª cúpula do Brics, que ocorre no Brasil

China - Brasil: representantes de países estão reunidos para reuniões dos Brics (Alan Santos/PR/Flickr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de novembro de 2019 às 16h41.

Última atualização em 13 de novembro de 2019 às 16h42.

Brasília — O presidente da Seção Chinesa do Conselho Empresarial Brics , Xu Lirong, pediu aos seus pares do grupo a defesa do multilateralismo econômico. "Estamos em uma nova etapa de revolução industrial com novas tecnologias permitindo uma nova fase ao comércio internacional, será uma transformação", afirmou.

"Precisamos ter um entendimento correto desse desenvolvimento", disse. "Precisamos saber que direção rumar e defender o multilateralismo."

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Segundo ele, a globalização econômica é uma tendência histórica e não há quem possa freá-la. Xu Lirong defendeu ainda a elevação da parceria entre os Brics, "de forma estável e com mais energia".

"Existe a necessidade e desejo dos países em ver as cooperações seguirem adiante e em patamar mais elevado", afirmou.

Já para a presidente da seção Sul-Africana, Busi Mabuza, as organizações econômicas estão passando por uma crise existencial. "As tensões também deverão gerar desigualdade", disse. "Tensões exacerbam desigualdades, especialmente no continente africano", afirmou.

Para Mabuza, é preciso reiniciar as relações entre grandes economias e pequenas economias "para nosso benefício mútuo".

"Precisamos examinar as fontes de desequilíbrio nas nossas relações comerciais, precisamos ver por que as economias menores não estão recebendo os benefícios que elas precisam", afirmou.

Pouca cooperação

O presidente da seção russa do Conselho Empresarial do Brics, Sergey Katyrin, disse que a cooperação entre os países do bloco ainda não "corresponde ao potencial". Ele disse que é necessário analisar as barreiras que impedem a cooperação entre os países, como na área agrícola e química. "O Brics ainda é uma estrutura jovem, temos muito trabalho a fazer", afirmou.

Ele lembrou ainda que há muito protecionismo no comércio entre os países e o mercado internacional está volátil. Katyrin defendeu a realização de operações em moedas nacionais e a ampliação de informações entre empresas e países do bloco. "As condições difíceis na arena mundial exigem que criemos soluções para crescimento de todos", afirmou.

O presidente da seção da Índia do Conselho Empresarial Brics, Onkar Kanwar, também acredita que o bloco tem muito mais potencial de crescimento, apesar de já se mostrar muito potente. Ele citou a Índia como um exemplo de um dos países que podem crescer significativamente até 2024.

"O Brics tem um potencial muito maior ainda para crescer, principalmente no comércio entre os países", afirmou. "Os problemas ainda são barreiras alfandegárias, processos lentos e a infraestrutura dos nossos portos, isso leva a aumento de custos. É uma razão pela qual apresentamos níveis baixos de comercio entre os países", afirmou.

Kanwar citou ainda a importância da tecnologia 5G no agronegócio e áreas rurais. "Há necessidade de fortalecer os mecanismos de cooperação", disse.

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