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Para Brasil, Mercosul não pode ser barreira a comércio

Segundo o ministro do Desenvolvimento, o Mercosul não pode ser uma barreira para o Brasil na busca de acordos de livre-comércio com outros países

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2015 às 21h54.

Rio de Janeiro - O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro Neto, afirmou nesta segunda-feira que o Mercosul não pode ser uma barreira para o Brasil na busca de acordos de livre-comércio com outros países.

Monteiro Neto aproveitou um seminário sobre competitividade no Rio de Janeiro para insistir na tese que defende desde que presidia a Confederação Nacional da Indústria ( CNI ), de eliminação da norma do Mercosul que obriga o bloco a negociar acordos de livre-comércio de forma conjunta e não individualmente.

"O Brasil fez uma construção importante com o Mercosul. Foi uma longa construção institucional. Reconhecemos o Mercosul como algo importante, mas o Mercosul não pode se constituir em um impedimento à possibilidade de o Brasil buscar formas de inserção em outros blocos econômicos", afirmou o ministro em sua apresentação.

A advertência foi feita às vésperas da Cúpula dos chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) e da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac), na Bélgica, em que está prevista uma reunião paralela sobre as atuais negociações de um acordo entre o Mercosul e a UE.

Estas negociações foram lançadas em 1999, mas ficaram estagnadas por diferenças nas áreas industrial e agrícola entre ambos os blocos e também, nos últimos tempos, pela reticência da Argentina em estabelecer um acordo que a obrigaria a uma maior abertura comercial.

No entanto, o governo da presidente Dilma Rousseff disse explicitamente que o Mercosul deve revisar a chamada Decisão 32/2000, adotada há 15 anos, que determina que todo acordo comercial do bloco deve ser negociado conjuntamente, para facilitar pactos de cada país do bloco com a UE.

O Brasil defende agora uma negociação em "velocidades diferentes", que permita aos sócios do Mercosul avançar segundo seus próprios interesses e dar um prazo para a adaptação posterior dos outros membros.

"O Brasil pode, de alguma forma, avançar inclusive com as limitações impostas pelo Mercosul. Nosso casamento é indissolúvel, mas sempre é importante discutir a relação", apontou Monteiro Neto no seminário no Rio de Janeiro.

Ele acrescentou que, além de um acordo com a UE, outra "prioridade absoluta" de sua pasta é um acordo para facilitar o comércio com os Estados Unidos, o maior destino dos produtos manufaturados brasileiros.

O ministro destacou que o comércio exterior é uma forma de aumentar a competitividade das empresas brasileiras e de enfrentar as atuais dificuldades da economia brasileira, que só cresceu 0,1% ano passado e pode sofrer, segundo as últimas projeções, uma contração de até 1,3% em 2015.

"A mudança (após a desvalorização do real nos últimos meses) nos oferece atualmente uma janela de oportunidades", acrescentou.

Segundo Monteiro Neto, o Brasil precisa elevar suas exportações e sua competitividade no exterior para lidar com a atual queda da cotação das matérias-primas nos mercados mundiais.

"O Brasil viveu um prolongado ciclo de exportação de matérias-primas (a preços valorizados), que criou uma situação de acomodação. Muitos acharam que o país tinha iniciado um ciclo de prosperidade definitivo. Mas o ciclo acabou ou está acabando", argumentou o ministro.

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Rio de Janeiro - O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro Neto, afirmou nesta segunda-feira que o Mercosul não pode ser uma barreira para o Brasil na busca de acordos de livre-comércio com outros países.

Monteiro Neto aproveitou um seminário sobre competitividade no Rio de Janeiro para insistir na tese que defende desde que presidia a Confederação Nacional da Indústria ( CNI ), de eliminação da norma do Mercosul que obriga o bloco a negociar acordos de livre-comércio de forma conjunta e não individualmente.

"O Brasil fez uma construção importante com o Mercosul. Foi uma longa construção institucional. Reconhecemos o Mercosul como algo importante, mas o Mercosul não pode se constituir em um impedimento à possibilidade de o Brasil buscar formas de inserção em outros blocos econômicos", afirmou o ministro em sua apresentação.

A advertência foi feita às vésperas da Cúpula dos chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) e da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac), na Bélgica, em que está prevista uma reunião paralela sobre as atuais negociações de um acordo entre o Mercosul e a UE.

Estas negociações foram lançadas em 1999, mas ficaram estagnadas por diferenças nas áreas industrial e agrícola entre ambos os blocos e também, nos últimos tempos, pela reticência da Argentina em estabelecer um acordo que a obrigaria a uma maior abertura comercial.

No entanto, o governo da presidente Dilma Rousseff disse explicitamente que o Mercosul deve revisar a chamada Decisão 32/2000, adotada há 15 anos, que determina que todo acordo comercial do bloco deve ser negociado conjuntamente, para facilitar pactos de cada país do bloco com a UE.

O Brasil defende agora uma negociação em "velocidades diferentes", que permita aos sócios do Mercosul avançar segundo seus próprios interesses e dar um prazo para a adaptação posterior dos outros membros.

"O Brasil pode, de alguma forma, avançar inclusive com as limitações impostas pelo Mercosul. Nosso casamento é indissolúvel, mas sempre é importante discutir a relação", apontou Monteiro Neto no seminário no Rio de Janeiro.

Ele acrescentou que, além de um acordo com a UE, outra "prioridade absoluta" de sua pasta é um acordo para facilitar o comércio com os Estados Unidos, o maior destino dos produtos manufaturados brasileiros.

O ministro destacou que o comércio exterior é uma forma de aumentar a competitividade das empresas brasileiras e de enfrentar as atuais dificuldades da economia brasileira, que só cresceu 0,1% ano passado e pode sofrer, segundo as últimas projeções, uma contração de até 1,3% em 2015.

"A mudança (após a desvalorização do real nos últimos meses) nos oferece atualmente uma janela de oportunidades", acrescentou.

Segundo Monteiro Neto, o Brasil precisa elevar suas exportações e sua competitividade no exterior para lidar com a atual queda da cotação das matérias-primas nos mercados mundiais.

"O Brasil viveu um prolongado ciclo de exportação de matérias-primas (a preços valorizados), que criou uma situação de acomodação. Muitos acharam que o país tinha iniciado um ciclo de prosperidade definitivo. Mas o ciclo acabou ou está acabando", argumentou o ministro.

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