Energia: executivo da Abradee chegou a calcular necessidade de cerca de R$ 7,8 bi para o período (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2014 às 18h29.
Brasília - A proximidade da confirmação de um novo empréstimo para o setor elétrico no valor de R$ 6,5 bilhões traz alívio às empresas de distribuição de eletricidade, avaliou nesta terça-feira, 22, o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite.
Segundo ele, novas simulações que têm sido feitas pela entidade apontam que o montante pode ser suficiente para cobrir a exposição remanescente do segmento ao mercado de energia à vista, além do gasto com o despacho de usinas térmicas.
"Ainda não temos os detalhes da operação, mas a confirmação de que o valor negociado com os bancos é de R$ 6,5 bilhões já é algo que permite à empresas trabalharem até o fim deste ano", disse Leite em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, confirmou na manhã de hoje que esse é o valor que o governo busca viabilizar com o pool de bancos que já concedeu um empréstimo de R$ 11,2 bilhões ao setor este ano.
Segundo apurou o Broadcast, o BNDES - que não participou do primeiro financiamento - dessa vez seria responsável por quase a metade do novo crédito, liberando R$ 3 bilhões.
Para Leite, a conta até o final do ano é menor que o rombo registrado no primeiro quadrimestre - que consumiu a totalidade do empréstimo de R$ 11,2 bilhões - porque a exposição das empresas e o preço da energia no mercado à vista (PLD) têm sido decrescentes.
"O PLD caiu em relação ao começo do ano, embora tenha aumentado um pouco novamente nas última semanas", observou.
Em maio, em outra entrevista ao Broadcast, o executivo chegou a calcular uma necessidade de cerca de R$ 7,8 bilhões para o período.
"O que nós simulávamos realmente era um pouco maior, mas essa conta é muito sensível às variações de preço do PLD e à necessidade de se despachar as usinas térmicas no segundo semestre. E ainda há a questão do risco hidrológico que não está contemplada pelo decreto que autorizou a tomada dos empréstimos", explicou, justificando a diferença entre os valores.
Leite disse ainda não acreditar que possa haver qualquer problema para que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) - que faz a ponte entre os bancos e as empresas de energia - assine os contratos do novo empréstimo.
Quando o primeiro crédito de R$ 11,2 bilhões foi fechado, três dos cinco membros do conselho da entidade renunciaram a seus cargos alegando motivos pessoais.
"Acredito que não haja nenhum tipo de desconforto dessa vez, mesmo porque os novos conselheiros assumiram as cadeiras já sabendo das condições desse tipo de operação", completou.