O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse que a nova meta de superávit primário será anunciada na semana que vem. Segundo ele, o Ministério da Fazenda já concluiu os estudos, mas o assunto precisa ser antes discutido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Da semana que vem não passa", disse ele, durante cerimônia de posse do novo presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, em Brasília.

Em Paris, nesta terça-feira (28/1), Palocci afirmou que o novo objetivo de superávit, que deve ser superior aos 3,75% do PIB atualmente fixados para 2003, seria anunciado quando o governo encontrasse um número "possível". Ele ressaltou, no entanto, que a equipe econômica não está procurando o "maior número possível".

Após a fixação da nova meta, o ministro afirmou que será publicado no Diário Oficial um decreto com os cortes de gastos que precisam ser feitos para atingir o novo percentual.

Atualmente, a meta está estabelecida em 3,75% do PIB. O CSFB havia feito uma previsão de que a meta deve subir para pouco mais de 4% do PIB. O CSFB estima que o setor público consolidado deve produzir um superávit de aproximadamente 4,5% do PIB em 2003.

Em 2002, o governo FHC conseguiu renegociar a meta de 3,75% com o FMI, passando a meta para 3,88%. O resultado apurado pelo BC, que usa uma metodologia diferente do Tesouro, é o que vale no acordo com o Fundo. A meta acertada para o setor público consolidado (União, Estados, municípios e estatais) é de 50,3 bilhões de reais, o equivalente a 3,88% do Produto Interno Bruto. Em 2002, o superávit do governo foi de cerca de 31,58 bilhões de reais.