Palocci cai e atenua crise política; mercado vê alívio
Economistas e analistas avaliam que o impacto da saída de Palocci nos mercados financeiros será limitado
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2011 às 21h44.
Brasília - Antonio Palocci deixou nesta terça-feira o cargo de ministro-chefe da Casa Civil após semanas de pressão e acusações sobre seu aumento patrimonial nos últimos quatro anos, numa tentativa de pôr fim à crise que se instalou no governo. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) assumirá o posto já na quarta-feira.
Ao renunciar, Palocci reconheceu em nota que "a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo".
Economistas e analistas ouvidos pela Reuters avaliam que o impacto da saída de Palocci nos mercados financeiros será limitado.
"O mercado financeiro aprendeu que existem fundamentos para política econômica... Não é algo que deva impactar muito os ativos", disse o estrategista-chefe do banco Westlb, Roberto Padovani.
No cenário político, no entanto, a presidente Dilma Rousseff precisa agora buscar uma reaproximação com a base aliada, já que a relação se viu afetada pelas acusações contra Palocci. A presidente precisa ainda de alguém que substitua o seu mais influente ministro, especialmente na interlocução com o Congresso.
A pressão sobre Palocci permaneceu intensa mesmo após a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de arquivar pedido de investigação por suposto tráfico de influência. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo em maio informou que o patrimônio do ministro cresceu 20 vezes em quatro anos, quando Palocci atuava em sua consultoria Projeto.
O pedido de demissão de Palocci foi entregue em carta à presidente Dilma Rousseff nesta tarde.
O ministro disse considerar que a manifestação da PGR "confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta".
Considerado o homem-forte do governo, Palocci quebrou semanas de silêncio na sexta-feira passada, ao conceder duas entrevistas nas quais negou ter exercido tráfico de influência enquanto trabalhou pela Projeto.
Ele, no entanto, negou-se a revelar a lista de clientes para os quais prestou serviços, o que manteve delicada sua situação.
A Casa Civil sob Palocci foi mais enxuta do que quando a própria Dilma a ocupou no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes de deixar o cargo para concorrer à Presidência. A pasta deixou de coordenar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida, mas reteve toda a coordenação política do governo.
Palocci atuou como um dos coordenadores da campanha de Dilma à Presidência no ano passado. Ele já havia sido ministro da Fazenda no governo Lula entre 2003 e 2006, mas renunciou depois de ver seu nome envolvido em denúncias contra antigos colaboradores e suspeitas de que se envolveu na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
PARALISIA A crise envolvendo Palocci havia instalado um ar de paralisia no governo, apesar da instituição de uma agenda positiva nas últimas semanas, numa tentativa de demonstrar uma dissociação com o episódio.
Por diversas vezes, a oposição trabalhou para convocar o ex-ministro a explicar seus ganhos no Congresso, algumas manobras foram impedidas pela base aliada, exceto no caso de requerimento aprovado na Comissão de Agricultura da Câmara.
Com a saída de Palocci, alguns congressistas acreditam no fim da crise, mesmo os da oposição.
"Acho que o momento da crise se encerra quando o ministro pede demissão da Casa Civil, porém ele continuará a ter que dar as explicações, na minha opinião, tanto ao parlamento quanto ao Ministério Público", disse o deputado ACM Neto (DEM-BA), líder do partido na Câmara.
Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), não restou outra alternativa a Palocci.
"Agora é buscar trazer uma rearticulação no governo para que as coisas possam voltar à normalidade." MINISTRA SURPRESA O nome de Gleisi, 45 anos, não aparecia nas listas da mídia com nomes para suceder Palocci.
Eleita senadora pela primeira vez em 2010, ela deve trazer um perfil mais técnico para um dos ministérios mais importantes do governo.
"Ela é uma opção pela novidade", disse o analista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, sobre a nomeação.
Em meio à crise envolvendo Palocci, a imprensa brasileira começou a apontar nomes de possíveis sucessores, como a atual ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo, com quem Gleisi é casada, ou até a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster.
Em nota encaminhada pela Presidência, Dilma disse lamentar "a perda de tão importante colaborador" e "destacou a valiosa participação" de Palocci em seu governo.
Brasília - Antonio Palocci deixou nesta terça-feira o cargo de ministro-chefe da Casa Civil após semanas de pressão e acusações sobre seu aumento patrimonial nos últimos quatro anos, numa tentativa de pôr fim à crise que se instalou no governo. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) assumirá o posto já na quarta-feira.
Ao renunciar, Palocci reconheceu em nota que "a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo".
Economistas e analistas ouvidos pela Reuters avaliam que o impacto da saída de Palocci nos mercados financeiros será limitado.
"O mercado financeiro aprendeu que existem fundamentos para política econômica... Não é algo que deva impactar muito os ativos", disse o estrategista-chefe do banco Westlb, Roberto Padovani.
No cenário político, no entanto, a presidente Dilma Rousseff precisa agora buscar uma reaproximação com a base aliada, já que a relação se viu afetada pelas acusações contra Palocci. A presidente precisa ainda de alguém que substitua o seu mais influente ministro, especialmente na interlocução com o Congresso.
A pressão sobre Palocci permaneceu intensa mesmo após a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de arquivar pedido de investigação por suposto tráfico de influência. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo em maio informou que o patrimônio do ministro cresceu 20 vezes em quatro anos, quando Palocci atuava em sua consultoria Projeto.
O pedido de demissão de Palocci foi entregue em carta à presidente Dilma Rousseff nesta tarde.
O ministro disse considerar que a manifestação da PGR "confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta".
Considerado o homem-forte do governo, Palocci quebrou semanas de silêncio na sexta-feira passada, ao conceder duas entrevistas nas quais negou ter exercido tráfico de influência enquanto trabalhou pela Projeto.
Ele, no entanto, negou-se a revelar a lista de clientes para os quais prestou serviços, o que manteve delicada sua situação.
A Casa Civil sob Palocci foi mais enxuta do que quando a própria Dilma a ocupou no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes de deixar o cargo para concorrer à Presidência. A pasta deixou de coordenar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida, mas reteve toda a coordenação política do governo.
Palocci atuou como um dos coordenadores da campanha de Dilma à Presidência no ano passado. Ele já havia sido ministro da Fazenda no governo Lula entre 2003 e 2006, mas renunciou depois de ver seu nome envolvido em denúncias contra antigos colaboradores e suspeitas de que se envolveu na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
PARALISIA A crise envolvendo Palocci havia instalado um ar de paralisia no governo, apesar da instituição de uma agenda positiva nas últimas semanas, numa tentativa de demonstrar uma dissociação com o episódio.
Por diversas vezes, a oposição trabalhou para convocar o ex-ministro a explicar seus ganhos no Congresso, algumas manobras foram impedidas pela base aliada, exceto no caso de requerimento aprovado na Comissão de Agricultura da Câmara.
Com a saída de Palocci, alguns congressistas acreditam no fim da crise, mesmo os da oposição.
"Acho que o momento da crise se encerra quando o ministro pede demissão da Casa Civil, porém ele continuará a ter que dar as explicações, na minha opinião, tanto ao parlamento quanto ao Ministério Público", disse o deputado ACM Neto (DEM-BA), líder do partido na Câmara.
Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), não restou outra alternativa a Palocci.
"Agora é buscar trazer uma rearticulação no governo para que as coisas possam voltar à normalidade." MINISTRA SURPRESA O nome de Gleisi, 45 anos, não aparecia nas listas da mídia com nomes para suceder Palocci.
Eleita senadora pela primeira vez em 2010, ela deve trazer um perfil mais técnico para um dos ministérios mais importantes do governo.
"Ela é uma opção pela novidade", disse o analista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, sobre a nomeação.
Em meio à crise envolvendo Palocci, a imprensa brasileira começou a apontar nomes de possíveis sucessores, como a atual ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo, com quem Gleisi é casada, ou até a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster.
Em nota encaminhada pela Presidência, Dilma disse lamentar "a perda de tão importante colaborador" e "destacou a valiosa participação" de Palocci em seu governo.