Primeiro-ministro polonês Donald Tusk, chanceler alemã Angela Merkel e Anshu Jain, co-presidente-executivo do Deutsche Bank em Berlim (Fabrizio Bensch/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2013 às 13h16.
Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta segunda-feira que os membros da zona do euro devem estar preparados para ceder o controle de certos aspectos de política a instituições europeias, caso o bloco realmente vá superar sua crise de dívida e recuperar os investidores estrangeiros.
Em um evento do Deutsche Bank em Berlim, ao lado do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, Merkel também defendeu sua abordagem para a crise contra críticos que argumentam que ela tem colocado muita ênfase na austeridade, ao dizer que a Europa deve achar um caminho para atingir tanto o crescimento como finanças sólidas.
Os comentários vieram dois meses antes da reunião dos líderes europeus que irá acontecer em Bruxelas, para discutir o caminho em direção a uma chamada "união fiscal".
As expectativas são baixas, em parte porque um abrandamento da crise tem reduzido a pressão sobre os líderes para darem um grande salto adiante na integração, mas também devido a diferenças entre a Alemanha e seus parceiros, especialmente a França, em relação aos próximos passos.
"Nós parecemos encontrar soluções comuns quando estamos olhando para o abismo", disse Merkel. "Mas assim que a pressão diminui, as pessoas dizem que elas querem seguir seu próprio caminho." "Nós precisamos estar preparados para aceitar que a Europa tem a palavra final em certas áreas. Caso contrário, nós não seremos capazes de continuar a construir a Europa", ela acrescentou.
Tusk disse que será "perigoso" se outros países da Europa sentirem que a Alemanha está impondo seu próprio modelo econômico pelo bloco inteiro.
Mas Merkel negou isso, dizendo que a Europa é feita de culturas diferentes e economias com forças diferentes. A chave, disse ela, é a Europa se direcionar para as melhores práticas.
Isso significa que a Alemanha aceite um mercado único para serviços, um mercado de trabalho comum e sistemas de seguridade social mais compatíveis, para que os europeus possam se mover de um Estado para outro sem se preocupar com suas pensões.