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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - O ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) no País, em março, somou US$ 2,018 bilhões, informou hoje o Banco Central. O valor não foi suficiente para cobrir o déficit em transações correntes do mês - que foi de US$ 5,067 bilhões. Em fevereiro deste ano, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) foi de US$ 2,849 bilhões e também não havia sido suficiente para cobrir o déficit em transações correntes registrado naquele mês, de US$ 3,251 bilhões.
No acumulado do primeiro trimestre, o ingresso de IED soma US$ 5 656 bilhões. Em 12 meses, o fluxo de IED para o País totalizou US$ 26,263 bilhões - o equivalente a 1,50% do Produto Interno Bruto (PIB). O ingresso de IED no trimestre corresponde a praticamente metade do déficit em transações correntes do período, que foi de US$ 12,145 bilhões.
Investimento em ações
O Banco Central informou também que o investimento estrangeiro em ações brasileiras somou US$ 2,158 bilhões em março. O valor mensal responde por quase a metade do ingresso externo observado no acumulado do primeiro trimestre de 2010, quando os estrangeiros aumentaram a posição líquida em ações de empresas nacionais em US$ 5,270 bilhões. Segundo o BC, a maior parte das aplicações feitas por estrangeiros no mês passado ocorreu com as ações negociadas no mercado brasileiro, que recebeu US$ 1,885 bilhão. A parcela restante, de US$ 273 milhões, foi adquirida via recibo de ações brasileiras negociadas no exterior, como os ADRs.
O BC também informou que estrangeiros aumentaram sua posição em títulos de renda fixa em US$ 1,491 bilhão em março. No acumulado dos três primeiros meses de 2010, esses investidores alocaram US$ 4,058 bilhões nesse tipo de investimento. No resultado do mês passado, estrangeiros aumentaram a posição em papéis negociados no País em US$ 1,962 bilhão, ao mesmo tempo em que reduziram o investimento em títulos brasileiros negociados no exterior em US$ 471 milhões.
Taxa de rolagem
A taxa de rolagem dos empréstimos de médio e longo prazos feitos pelas empresas brasileiras no exterior atingiu 102% em março. Em março do ano passado, as empresas rolaram apenas 48% dos seus empréstimos. No primeiro trimestre do ano, a taxa de rolagem subiu para 172% ante 52% do mesmo período de 2009. No ano de 2009, as empresas rolaram 88% das operações realizadas no exterior.
Os dados do BC mostram que as taxas de rolagem dos bônus, notes e commercial papers, em março, foram de 101%, com amortizações de US$ 2,039 bilhões e desembolsos de US$ 1,982 bilhão. A taxa de rolagem de empréstimos diretos atingiu, em março, 118%, com amortizações de US$ 289 milhões e desembolsos de US$ 341 milhões.
Dívida externa
A dívida externa total do Brasil atingiu US$ 206,499 bilhões em março, de acordo com estimativa do BC. A estimativa projetada para a dívida em dezembro de 2009 era de US$ 198,194 bilhões. Em setembro de 2009 - a última posição fechada da dívida externa - o montante somava US$ 204,670 bilhões. Segundo o BC, a estimativa da dívida externa em março é composta por US$ 172,273 bilhões em compromissos de médio e longo prazos e US$ 34,227 bilhões em pagamentos de curto prazo.