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País espera oferta de acordo Mercosul-UE este ano, diz MDIC

A declaração foi dada em evento promovido pela Eurocâmaras, que reúne as câmaras de comércio dos países da UE.

Armando Monteiro: durante o evento, o ministro ouviu fortes críticas da professora Vera Thorstensen, diretora do Centro de Comércio Global e Investimento da FGV (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2015 às 16h02.

São Paulo - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Externo ( MDIC ), Armando Monteiro, afirmou nesta segunda-feira, 16, que espera a troca de ofertas para um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia ainda este ano.

A declaração foi dada em evento promovido pela Eurocâmaras, que reúne as câmaras de comércio dos países da UE .

Monteiro disse que dentro do Mercosul já foi alcançado um alto nível de entendimento, mas deixou transparecer que o bloco ainda tem divergência com os europeus em alguns pontos, em especial na área agrícola.

"Ainda não conhecemos os termos da oferta agrícola europeia, que é de grande interesse para o Mercosul, mas temos expectativa que tenha maior alcance que a oferta anterior, condição que é essencial para avançar nas negociações", afirmou.

Ele chegou a cobrar o comissário europeu de Investigação, Inovação e Ciência, Carlos Moedas, que estava presente no evento, que pressione sua colega, a comissária de Comércio, Cecilia Malmström, para que a troca de ofertas possa ser feita ainda este ano.

Segundo ele, essa troca é o ponto de partida efetivo para a etapa final das negociações, que devem ser concluídas em 2016. "Nossa ambição é nos aproximar ao máximo de um acordo de livre comércio, avançar na eliminação de barreiras não tarifárias", afirmou.

Críticas

Durante o evento, o ministro ouviu fortes críticas da professora Vera Thorstensen, diretora do Centro de Comércio Global e Investimento da FGV.

Ela alertou que a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês) e a Parceria Transpacífico (TPP) são mortais para o Brasil.

Segundo a pesquisadora, o Brasil não pode continuar tendo como prioridade nas suas relações comerciais a América Latina e a África. "Metade da América Latina já deu adeus ao Brasil ao entrar na Parceria Transpacífico", comentou.

Ela apresentou um estudo que aponta que, se o Brasil firmasse acordos comerciais com a Europa e os EUA, isso poderia adicionar 1,3 ponto porcentual do PIB, considerando o período de 2016 a 2030.

Em relação à necessidade de promover esse tipo de acordo, Vera afirmou que o País precisa "casar com todo mundo", embora a situação atual não seja das melhores. "É preciso embelezar um pouco a noiva", cobrou do ministro.

Segundo ela, a culpa de o Mercosul ainda não ter fechado um acordo com a UE não é da oposição por parte da Argentina, como apontam alguns analistas.

Segundo ela, a culpa é de parte do governo brasileiro e também do empresariado.

"Os empresários brasileiros não querem mexer nas tarifas e as empresas europeias que estão instaladas aqui estão gostando muito da proteção que tiveram até agora", apontou.

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São Paulo - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Externo ( MDIC ), Armando Monteiro, afirmou nesta segunda-feira, 16, que espera a troca de ofertas para um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia ainda este ano.

A declaração foi dada em evento promovido pela Eurocâmaras, que reúne as câmaras de comércio dos países da UE .

Monteiro disse que dentro do Mercosul já foi alcançado um alto nível de entendimento, mas deixou transparecer que o bloco ainda tem divergência com os europeus em alguns pontos, em especial na área agrícola.

"Ainda não conhecemos os termos da oferta agrícola europeia, que é de grande interesse para o Mercosul, mas temos expectativa que tenha maior alcance que a oferta anterior, condição que é essencial para avançar nas negociações", afirmou.

Ele chegou a cobrar o comissário europeu de Investigação, Inovação e Ciência, Carlos Moedas, que estava presente no evento, que pressione sua colega, a comissária de Comércio, Cecilia Malmström, para que a troca de ofertas possa ser feita ainda este ano.

Segundo ele, essa troca é o ponto de partida efetivo para a etapa final das negociações, que devem ser concluídas em 2016. "Nossa ambição é nos aproximar ao máximo de um acordo de livre comércio, avançar na eliminação de barreiras não tarifárias", afirmou.

Críticas

Durante o evento, o ministro ouviu fortes críticas da professora Vera Thorstensen, diretora do Centro de Comércio Global e Investimento da FGV.

Ela alertou que a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês) e a Parceria Transpacífico (TPP) são mortais para o Brasil.

Segundo a pesquisadora, o Brasil não pode continuar tendo como prioridade nas suas relações comerciais a América Latina e a África. "Metade da América Latina já deu adeus ao Brasil ao entrar na Parceria Transpacífico", comentou.

Ela apresentou um estudo que aponta que, se o Brasil firmasse acordos comerciais com a Europa e os EUA, isso poderia adicionar 1,3 ponto porcentual do PIB, considerando o período de 2016 a 2030.

Em relação à necessidade de promover esse tipo de acordo, Vera afirmou que o País precisa "casar com todo mundo", embora a situação atual não seja das melhores. "É preciso embelezar um pouco a noiva", cobrou do ministro.

Segundo ela, a culpa de o Mercosul ainda não ter fechado um acordo com a UE não é da oposição por parte da Argentina, como apontam alguns analistas.

Segundo ela, a culpa é de parte do governo brasileiro e também do empresariado.

"Os empresários brasileiros não querem mexer nas tarifas e as empresas europeias que estão instaladas aqui estão gostando muito da proteção que tiveram até agora", apontou.

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