Economia

Pagamentos de parcelas do Funcafé serão prorrogados

Com adiamento, produtores poderiam buscar preços melhores, aliviando pressão de venda sobre o produto


	Plantação de café: governo deve manter opções abertas sobre intervenções para apoiar produtores da commodity, afirmou o diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura
 (Divulgação)

Plantação de café: governo deve manter opções abertas sobre intervenções para apoiar produtores da commodity, afirmou o diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2012 às 22h47.

Brasília - O governo do Brasil vai permitir que os produtores de café adiem por 60 dias o pagamento de empréstimos do Funcafé que vencem neste mês e no próximo, para reduzir a pressão de venda em um momento em que os preços estão caindo, disse uma autoridade do governo nesta quinta-feira.

O diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Edilson Alcântara, disse que a prorrogação não tinha sido formalizada ainda, mas já era uma certeza já que a aprovação necessária do Ministério da Fazenda foi obtida.

"Vai acontecer de qualquer jeito", disse ele à Reuters.

O governo espera que o adiamento dos pagamentos possam permitir que os produtores busquem um preço melhor para o produto, deixando-os com mais dinheiro em caixa e evitando uma corrida para a venda.

O contrato março do café arábica na ICE Futures em Nova York caía 1,7 por cento, por volta das 4h20 (horário de Brasília) nesta quinta-feira, a 1,4240 dólar por libra-peso, em comparação com cerca de 1,85 dólar por libra-peso em outubro.

Alcântara disse que o governo observará como o mercado se comportará nas próximas semanas e disse que manterá opções abertas sobre outros tipos de intervenção de apoio aos produtores, embora nenhum tipo específico de ação tenha sido assinalada.


"Se for necessário tomar algumas medidas para apoiar o fluxo de receitas e de caixa do produtor, vamos analisar isso juntos (com os produtores)", disse Alcântara.

Muitos agricultores do Brasil costumam tomar empréstimos bancários através do programa Funcafé, a taxas de juros subsidiadas pelo governo. Os empréstimos cobrem os custos de produção e reforçam o caixa dos produtores enquanto esperam por um momento oportuno para vender.

O volume deste tipo de recurso triplicou de tamanho este ano, levando os agricultores a pressionar por preços mais elevados de venda. A relutância em vender foi refletida em exportações mais lentas.

O presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, disse à Reuters que a entidade sugere ao governo a compra de até 4 milhões de sacas de café dos produtores para diminuir a oferta no mercado e aumentar os preços pagos aos produtores.

Outra sugestão que o CNC poderia fazer é para que o governo pague aos produtores um prêmio de cerca de 50 reais por saca sempre que eles venderem o produto abaixo de um preço mínimo estipulado, que ele sugeriu que deve ser de 400 reais por saca.

Brasileiro afirma que esta última sugestão seria mais simples para o governo implementar, uma vez que não implicaria em entrega física do café e armazenagem.

O governo brasileiro divulgou nesta quinta-feira sua estimativa final da safra 2012/13, já colhida e para a qual os empréstimos do Funcafé estão sendo prorrogados. A projeção é de um recorde de 50,8 milhões de sacas de 60 kg, contra 50,3 milhões vistos em setembro.

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