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Outono chuvoso deve ajudar milho e café; afetar cana

Estação deverá ser mais chuvosa que o normal no Centro-Oeste e no Sudeste


	Milho: maiores volumes deverão ser observados durante a primeira quinzena de abril
 (Getty Images)

Milho: maiores volumes deverão ser observados durante a primeira quinzena de abril (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 12h09.

São Paulo - O outono, que começa nesta quinta-feira, deverá ser mais chuvoso que o normal no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, beneficiando a segunda safra de milho e culturas como algodão, café e laranja, mas trazendo problemas à cana-de-açúcar, disse o agrometeorologista Marco Antônio Santos, da Somar.

"Essa nova estação irá ter como característica a continuidade do período chuvoso no Brasil... As chuvas não deverão 'cortar' cedo este ano, pelo contrário, deverão se prolongar ao longo da estação", disse ele à Reuters.

Os maiores volumes deverão ser observados durante a primeira quinzena de abril. No período posterior, as previsões indicam apenas possibilidades de pancadas de chuvas.

Estados como Paraná e Mato Grosso estão terminando de plantar a segunda safra de milho, estimada em quase 44 milhões de toneladas pelo Ministério da Agricultura.

O cultivo da chamada "safrinha" é considerado de risco climático e preocupa compradores no mercado brasileiro, porque o milho se desenvolve numa época do ano em que as chuvas, em geral, começam a diminuir.

Ainda no Sudeste, as chuvas podem prejudicar o andamento da safra da cana, que já começou a ser colhida em algumas áreas que anteciparam a moagem da temporada 2014/15, com início oficialmente previsto em abril.

As usinas precisam de tempo seco para realizar o trabalho de colheita e moagem.

Para o café, há sempre a preocupação de chuvas no momento da colheita, mas Santos não acredita em grandes problemas este ano.


"Para atrapalhar o café, as chuvas deveriam ocorrer no inverno, não no outono", disse.

Em 2012, lembra o especialista, houve perda de qualidade nos grãos de café, por excesso de chuvas em maio e junho.

No Sul do país, no entanto, há risco de "fortes ondas de frio", disse Santos.

"Os modelos climatológicos já sinalizam a possibilidade da entrada de uma massa de ar polar de forte intensidade na segunda quinzena de maio." Embora seja cedo para garantir a ocorrência de geadas, há um risco maior este ano, principalmente no Rio Grande do Sul, Paraná e para o Mato Grosso do Sul, disse o agrometeorologista.

Na região agrícola chamada de "Mapitoba" (Maranhão, Piauí, Tocantins e oeste da Bahia), as chuvas deverão ocorrer até meados de abril e até mesmo podendo ocorrer alguma ou outra pancada de chuva isolada em maio.

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