Economia

Os robôs estão chegando, mas não querem roubar seu emprego

Na Alemanha, aumento de uso de mão de obra robótica coincidiu com aumento de emprego de seres humanos no setor automotivo


	Robôs trabalham em um carro na fábrica da Fiat em Nápoles, Itália: cenário caminha para humanos e máquinas trabalhando juntos
 (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)

Robôs trabalham em um carro na fábrica da Fiat em Nápoles, Itália: cenário caminha para humanos e máquinas trabalhando juntos (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 20h27.

Desde que os robôs saíram das páginas dos livros de ficção científica e entraram no mundo real, os seres humanos têm medo de que eles roubem seus trabalhos.

Essa preocupação talvez seja mais fictícia do que científica. Uma pesquisa recente realizada pela VDMA Robotics e pela Automation Association mostra que as ondas de automação anteriores não tornaram a mão de obra obsoleta.

Na verdade, na Alemanha, maior usuária de robôs da Europa, o aumento do uso de mão de obra robótica no setor automotivo coincidiu com um aumento do emprego de seres humanos.

A hipótese da VDMA é que as habilidades que só os humanos possuem, como conhecimento, destreza e criatividade, vão se tornar mais valiosas à medida que as tarefas rotineiras forem progressivamente automatizadas. 

Em vez de as máquinas substituírem a intervenção humana, diz a VDMA, o futuro do trabalho será de aumento da inteligência – os computadores irão amplificar o intelecto e as capacidades dos seres humanos.

A ideia se baseia em recentes desenvolvimentos de tecnologia. Os robôs geralmente são colocados em jaulas de segurança para evitar que machuquem as pessoas que trabalham ao redor deles, mas as maiores fabricantes de robôs do mundo – ABB Ltd. da Suíça, Fanuc Corp. do Japão e Kuka AG da Alemanha – estão construindo máquinas com novos sensores que reduzem significativamente o risco de lesões e que os ajudam a interagir melhor com os trabalhadores.

“Se você analisar o passado, o emprego não diminuiu por causa da automação”, de acordo com Patrick Schwarzkopf, CEO do braço de robótica da VDMA. 

“Novas abordagens em fábricas inteligentes estão buscando uma combinação inteligente entre os pontos fortes dos seres humanos e os pontos fortes das máquinas, por isso não parece que estejamos caminhando para uma situação em que iremos perder empregos maciçamente”.

Isso pode ser tranquilizador para quem se preocupa com os efeitos da crescente demanda por robôs industriais sobre o trabalho, como o Fórum Econômico Mundial. 

Em janeiro, o FEM estimou que mais de 5 milhões de empregos serão eliminados em todo o mundo devido às mudanças tecnológicas.

Dados da Federação Internacional de Robótica publicados recentemente preveem que o volume das vendas anuais de robôs industriais vai quase dobrar até 2018.

A demanda neste mercado de US$ 32 bilhões por ano será impulsionada principalmente por países com baixa densidade de robôs. 

A China já é o maior mercado de robôs, e o que cresce mais rapidamente, de todo o mundo, mas sua indústria tem uma densidade de robôs de apenas 36 unidades por 10.000 funcionários – quase a metade da média mundial, de 66 unidades. 

Espera-se que o número de robôs na China aumente mais de 25 por cento em média por ano até 2018.

Isso não necessariamente significa que a oferta de emprego para seres humanos na China, ou em qualquer outro lugar, vá diminuir. 

Na verdade, talvez estejamos um pouco mais perto de uma realidade em que as pessoas e os computadores trabalharão lado a lado.

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