Uma recuperação maior poderia abrir espaço para que a Opep e seus aliados reduzam mais o nível dos cortes de produção (Pramote Polyamate/Getty Images)
Fabiane Stefano
Publicado em 13 de abril de 2021 às 11h26.
Última atualização em 15 de abril de 2021 às 10h20.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou nesta terça-feira, 13, suas projeções para o crescimento da demanda global por petróleo neste ano, em meio a expectativas de que a pandemia perca força e ajude o grupo e seus aliados em seus esforços para apoiar o mercado.
A demanda deverá aumentar em 5,95 milhões de barris por dia (bpd) em 2021, ou 6,6%, apontou a Opep em relatório mensal, em projeção 70 mil bpd superior à do mês passado.
A Opep, no entanto, reduziu suas perspectivas para o segundo trimestre.
"A disseminação e a intensidade da pandemia de covid-19 devem diminuir com os atuais programas de vacinação em andamento, além de medidas de distanciamento social e limitações a viagens, que devem ser retiradas, oferecendo maior mobilidade", disse a organização no relatório.
A revisão para cima marca uma mudança de tom em relação aos últimos meses, em que a Opep vinha reduzindo as previsões devido à continuidade de "lockdowns" contra o coronavírus.
Os preços do petróleo eram negociados perto de 64 dólares por barril antes da divulgação do relatório nesta terça-feira. Os preços chegaram a máximas de 70 dólares neste ano, retomando níveis pré-pandemia, em meio a expectativas de recuperação econômica e às restrições de oferta da Opep.
A organização elevou sua previsão de crescimento econômico global em 2021 para 5,4%, de 5,1% antes, assumindo que o impacto da pandemia estará "amplamente contido" no começo do segundo semestre do ano.
A Opep+ fechou acordo em 1° de abril para gradualmente reduzir seus cortes de oferta a partir de maio, depois que o novo governo dos Estados Unidos ligou para a Arábia Saudita e pediu que os preços da energia fossem mantidos em níveis acessíveis para os consumidores.
O relatório da Opep também já mostrou uma maior produção do grupo – com o Irã, isento dos cortes voluntários de oferta devido a sanções dos EUA, bombeando mais petróleo em março e contribuindo para aumentar a produção do grupo para 25,04 milhões de bpd, alta de 200 mil bpd.