Economia

Opep considera impor cotas de produção a Líbia e Nigéria

A alta da produção dos países, isentos pelo próprio cartel quando firmou um acordo de cortes, agora tem tirado o sono dos dirigentes

Petróleo: a alta da produção na Líbia e Nigéria são parte do motivo pelo qual os preços não subiram mais (foto/Thinkstock)

Petróleo: a alta da produção na Líbia e Nigéria são parte do motivo pelo qual os preços não subiram mais (foto/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de julho de 2017 às 11h42.

Viena - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está estudando a possibilidade de impor um limite para a alta da produção da Nigéria e da Líbia, informaram delegados da entidade, uma vez que o forte crescimento da extração nesses países tem complicado os planos do cartel para influenciar os preços da commodity.

A alta da produção desses países, que foram isentos pelo próprio cartel quando este firmou um acordo de cortes no fim do ano passado, agora tem tirado o sono dos dirigentes. Ambas as nações sofreram com a guerra civil em 2016, mas parecem ter se recuperado este ano.

"A Nigéria está definitivamente se tornando uma preocupação para nós", afirmou um delegado da Opep pertencente a uma das nações do Golfo Árabe.

O efeito pretendido pelo acordo de cortes era trazer o mercado de volta ao equilíbrio. No entanto, os preços continuaram deprimidos este ano, próximos de US$ 50 por barril, à medida em que os estoques mundiais continuam em níveis altos no mundo todo.

A alta da produção na Líbia e Nigéria são parte do motivo pelo qual os preços não subiram mais, afirma Olivier Jakob, diretor da consultoria suíça Petromatrix. "Com o retorno desses países, a produção do cartel está bem próximo da média de 2016", disse.

Líbia e Nigéria não são a única razão pela alta contida dos preços. No entanto, eles estão mais próximos da esfera da influência do grupo. A Rússia, que também participa do acordo e já reduziu em 300 mil barris por dia de sua produção, pediu a inclusão de representantes dos dois países durante uma reunião em 24 de julho em São Petersburgo. Tal pedido é inusitado, uma vez que a reunião foca em fiscalizar o cumprimento dos cortes pelos países signatários.

Em um comunicado, o Ministério da Energia afirmou que o encontro podeincluir propostas para mudar o acordo de cortes e "recomendações sobre passos adicionais, caso necessário".

De acordo com pessoas próximas ao assunto, a Rússia e a Opep querem que os dois países forneçam detalhes sobre os níveis de produção que eles podem sustentar. Essas informações poderiam fazer parte do embrião de um limite para eles. Tal assunto pode ser votado na reunião de 30 de novembro, em Viena.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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