Olimpíadas: Goldman Sachs “prevê” 18 medalhas para o Brasil
Banco relaciona indicadores econômicos, históricos nos jogos e outros fatores para especular o comportamento vitorioso dos países durante os jogos
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2012 às 13h51.
São Paulo - O Goldman Sachs “prevê” que o Brasil vai ganhar 18 medalhas nas próximas Olimpíadas , que começam no final desse mês. E não é chute. O banco analisou os quadros de medalha dos Jogos Olímpicos desde 1896 para relacionar a vitória nos esportes ao ambiente econômico dos países competidores.
“O ouro vai onde o ambiente de crescimento é superior”, afirma o relatório. A renda per capita está fortemente associada ao ganho de medalhas – historicamente, o PIB per capita mais alto indicou maior número de medalhas, segundo o relatório. A observação sugere que um pequeno aumento do PIB per capita pode significar mais duas ou cinco medalhas.
Uma explicação para a relação entre medalhas olímpicas e economia foi dada por Tim Hollingsworth, CEO da Associação Paraolímpica britânica, em entrevista ao relatório: “Quando você cria um ambiente de classe mundial, está muito mais predisposto a criar atletas de classe mundial”.
É lógico que não é apenas a renda que influencia no desempenho olímpico. Além do PIB per capita, o banco destacou a cultura esportiva local, a infraestrutura e o treino, entre outros fatores importantes para desenvolver a performance esportiva, mas ressaltou que há fatores que são antecedentes a esses. O Goldman usa uma “nota de crescimento do ambiente” para tentar medir esses fatores antecedentes.
A nota foi desenhada para capturar aspectos econômicos, políticos e do ambiente institucional que podem afetar a performance da produtividade e do crescimento nos países. Para saber quem vai subir no degrau mais alto do pódio o Goldman leva em consideração seis aspectos: condições políticas, estabilidade macroeconômica, condições macroeconômicas, capital humano, tecnologia e o ambiente microeconômico. Os indicadores vão além dos níveis de renda – mas ainda assim estão relacionados a eles, segundo o banco.
De acordo com o modelo do Goldman, o Brasil traria 18 medalhas, sendo seis de ouro – o dobro do que foi obtido nos últimos jogos, em 2008, quando o país obteve um total de 15 medalhas sendo três de ouro. Ainda assim, o Brasil fica longe dos dez primeiros colocados – basicamente, cinco países do G7 (EU, Reino Unido, França, Alemanha e Itália), China, Rússia, Coréia do Sul, Austrália e Ucrânia.
Esportes mais afetados
A relação entre o sucesso olímpico e as variáveis econômicas também depende da modalidade esportiva. Os esportes mais caros, como o hipismo, podem limitar a participação de países pobres, além de serem menos populares entre a população local.
Variáveis como PIB per capita e existência de democracia, entre outras, explicam bem o quadro de medalhas de alguns esportes, como canoagem, saltos ornamentais, natação, tênis de mesa e hipismo. Já no futebol, softball e triatlo a relação parece ser menor.
Sediar os jogos também exerce um papel importante no quadro de medalhas, segundo o banco. “Em alguns casos, sediar os jogos significou um aumento de mais de 50% no número de medalhas”, afirma o relatório.
Brasil
Para o Goldman, nos jogos olímpicos de 2016 e na Copa do Mundo de 2014, o Brasil terá a oportunidade única de mostrar um país moderno, cada vez mais cosmopolita e globalmente integrado.
O Goldman ressalta que apesar de muitos avanços, o potencial de crescimento brasileiro (inferior a 4% por ano) ainda é baixo o que reflete impedimentos estruturais ao crescimento, segundo o banco: déficit na infraestrutura após anos de baixo investimento, baixa poupança doméstica, um peso tributário alto, elevados níveis de trabalho informal, baixos níveis de capital humano e pequeno nível de abertura a negócios.
Segundo o Goldman, os eventos são uma oportunidade para o país impulsionar o investimento em infraestrutura e, através dos investimentos do governo na preparação para os jogos, aumentar o potencial de crescimento do PIB.
Veja quem serão os cinco primeiros colocados nas olimpíadas de 2012 (e a posição do Brasil) segundo o relatório do Goldman Sachs:
País | total de medalhas 2012 | total de medalhas 2008 | medalhas de ouro 2012 | medalhas de ouro 2008 |
---|---|---|---|---|
1.Estados Unidos | 108 | 110 | 37 | 36 |
2.China | 98 | 100 | 33 | 51 |
3.Rússia | 74 | 73 | 30 | 19 |
4.Reino Unido | 65 | 47 | 25 | 23 |
5.Austrália | 46 | 46 | 15 | 14 |
15. Brasil | 18 | 15 | 6 | 3 |
São Paulo - O Goldman Sachs “prevê” que o Brasil vai ganhar 18 medalhas nas próximas Olimpíadas , que começam no final desse mês. E não é chute. O banco analisou os quadros de medalha dos Jogos Olímpicos desde 1896 para relacionar a vitória nos esportes ao ambiente econômico dos países competidores.
“O ouro vai onde o ambiente de crescimento é superior”, afirma o relatório. A renda per capita está fortemente associada ao ganho de medalhas – historicamente, o PIB per capita mais alto indicou maior número de medalhas, segundo o relatório. A observação sugere que um pequeno aumento do PIB per capita pode significar mais duas ou cinco medalhas.
Uma explicação para a relação entre medalhas olímpicas e economia foi dada por Tim Hollingsworth, CEO da Associação Paraolímpica britânica, em entrevista ao relatório: “Quando você cria um ambiente de classe mundial, está muito mais predisposto a criar atletas de classe mundial”.
É lógico que não é apenas a renda que influencia no desempenho olímpico. Além do PIB per capita, o banco destacou a cultura esportiva local, a infraestrutura e o treino, entre outros fatores importantes para desenvolver a performance esportiva, mas ressaltou que há fatores que são antecedentes a esses. O Goldman usa uma “nota de crescimento do ambiente” para tentar medir esses fatores antecedentes.
A nota foi desenhada para capturar aspectos econômicos, políticos e do ambiente institucional que podem afetar a performance da produtividade e do crescimento nos países. Para saber quem vai subir no degrau mais alto do pódio o Goldman leva em consideração seis aspectos: condições políticas, estabilidade macroeconômica, condições macroeconômicas, capital humano, tecnologia e o ambiente microeconômico. Os indicadores vão além dos níveis de renda – mas ainda assim estão relacionados a eles, segundo o banco.
De acordo com o modelo do Goldman, o Brasil traria 18 medalhas, sendo seis de ouro – o dobro do que foi obtido nos últimos jogos, em 2008, quando o país obteve um total de 15 medalhas sendo três de ouro. Ainda assim, o Brasil fica longe dos dez primeiros colocados – basicamente, cinco países do G7 (EU, Reino Unido, França, Alemanha e Itália), China, Rússia, Coréia do Sul, Austrália e Ucrânia.
Esportes mais afetados
A relação entre o sucesso olímpico e as variáveis econômicas também depende da modalidade esportiva. Os esportes mais caros, como o hipismo, podem limitar a participação de países pobres, além de serem menos populares entre a população local.
Variáveis como PIB per capita e existência de democracia, entre outras, explicam bem o quadro de medalhas de alguns esportes, como canoagem, saltos ornamentais, natação, tênis de mesa e hipismo. Já no futebol, softball e triatlo a relação parece ser menor.
Sediar os jogos também exerce um papel importante no quadro de medalhas, segundo o banco. “Em alguns casos, sediar os jogos significou um aumento de mais de 50% no número de medalhas”, afirma o relatório.
Brasil
Para o Goldman, nos jogos olímpicos de 2016 e na Copa do Mundo de 2014, o Brasil terá a oportunidade única de mostrar um país moderno, cada vez mais cosmopolita e globalmente integrado.
O Goldman ressalta que apesar de muitos avanços, o potencial de crescimento brasileiro (inferior a 4% por ano) ainda é baixo o que reflete impedimentos estruturais ao crescimento, segundo o banco: déficit na infraestrutura após anos de baixo investimento, baixa poupança doméstica, um peso tributário alto, elevados níveis de trabalho informal, baixos níveis de capital humano e pequeno nível de abertura a negócios.
Segundo o Goldman, os eventos são uma oportunidade para o país impulsionar o investimento em infraestrutura e, através dos investimentos do governo na preparação para os jogos, aumentar o potencial de crescimento do PIB.
Veja quem serão os cinco primeiros colocados nas olimpíadas de 2012 (e a posição do Brasil) segundo o relatório do Goldman Sachs:
País | total de medalhas 2012 | total de medalhas 2008 | medalhas de ouro 2012 | medalhas de ouro 2008 |
---|---|---|---|---|
1.Estados Unidos | 108 | 110 | 37 | 36 |
2.China | 98 | 100 | 33 | 51 |
3.Rússia | 74 | 73 | 30 | 19 |
4.Reino Unido | 65 | 47 | 25 | 23 |
5.Austrália | 46 | 46 | 15 | 14 |
15. Brasil | 18 | 15 | 6 | 3 |