Economia

OCDE faz apelo para que países evitem escalada das tensões comerciais

A OCDE se pronunciou dias antes do fim da isenção temporária de tarifas sobre a importação de alumínio e aço que os Estados Unidos concedeu aos países

A OCDE reduziu a previsão para o crescimento mundial este ano para 3,8% (Kevin Lamarque/Reuters)

A OCDE reduziu a previsão para o crescimento mundial este ano para 3,8% (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 30 de maio de 2018 às 09h32.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) pediu nesta quarta-feira que os países evitem uma "escalada" das tensões comerciais, por temer que a situação afete "de maneira significativa" o crescimento mundial.

A advertência da organização com sede em Paris foi divulgada dois dias antes do fim da isenção temporária ao pagamento de novas tarifas sobre a importação de alumínio e aço que o governo dos Estados Unidos concedeu aos países da União Europeia, além de Brasil, México, Canadá e Argentina.

"A continuidade da escalada das tensões comerciais poderia afetar de maneira significativa a expansão econômica", advertiu a OCDE, que prevê um crescimento mundial próximo de 4%, a média das décadas prévias à crise.

"Primeiro e antes de mais nada é necessário evitar uma escalada das tensões comerciais", afirmou o economista chefe interino da organização, Álvaro Pereira, sem citar um país específico, em um contexto no qual o governo americano poderia aplicar a partir de sexta-feira tarifas de 25% ao aço e de 10% ao alumínio importado.

Se a medida for confirmada, os sócios comerciais de Washington, começando pela União Europeia, poderiam adotar medidas de represália.

Na terça-feira, o governo americano informou que os preparativos para eventuais sanções comerciais contra a China prosseguiam, apesar do anúncio recente de uma trégua na guerra comercial entre os dois países.

A OCDE, que celebra até quinta-feira sua reunião anual em Paris com o tema "A reforma do multilateralismo", também está preocupada com o aumento dos preços do petróleo e das taxas de juros de países, grupos e residências "muito endividados".

A advertência foi divulgada em plena crise política na Itália, que provocou quedas em várias Bolsas europeias e o aumento do prêmio de risco do país, assim como de alguns de seus vizinhos do sul da Europa.

De acordo com os dados da OCDE, que não cita especificamente esta crise em suas previsões, a Itália deveria crescer 1,4% este ano e 1,1% em 2019.

A organização reduziu levemente a previsão para o crescimento mundial este ano, a 3,8%, contra a previsão de 3,9% em março, deixando inalterada a previsão para 2019 (3,9%).

Para a economia americana, que está vivendo um dos ciclos de crescimento mais longos de sua história, a OCDE prevê um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,9% este ano e de 2,8% em 2019.

No caso do Brasil, a organização aponta um crescimento de 2% em 2018 e de 2,8% no próximo ano, em um contexto de "sólido avanço dos investimentos", reflexo segundo a OCDE dos "recentes esforços de reforma, inclusive nos mercados financeiros".

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