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OCDE debate efeitos da guerra comercial (e deve ignorar Brasil)

Clube de países desenvolvidos se reúne em Paris para tratar dos efeitos econômicos da escalada de tensões entre China e EUA

Bolsonaro e Trump: Brasil abriu mão de benefício na OMC em troca de apoio que tende a não ser levado adiante (Kevin Lamarque/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2019 às 06h58.

Última atualização em 21 de maio de 2019 às 07h05.

Começa nesta terça-feira (21), em Paris , a reunião da OCDE em que deve ficar clara a pouca disposição dos Estados Unidos de trabalhar pela inclusão do Brasil . O aval para que o Brasil passasse a integrar o clube dos países desenvolvidos foi uma das promessas do presidente americano Donald Trump a Jair Bolsonaro em Washington, em março.

Para isso, o Brasil abriu mão de tratamento especial a que tem direito na Organização Mundial do Comércio (OMC) por ser um país em desenvolvimento. A entrada na OCDE é um pleito antigo do governo brasileiro, intensificado durante o governo de Michel Temer, e serve como um selo de qualidade da política econômica do país. Ajuda, entre outros fatores, a atrair investidores.

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A expectativa é que a reunião de Paris consolide a candidatura da Argentina, apesar da sucessão de crises e problemas econômicos do país vizinho. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, apesar da promessa de Trump diplomatas americanos afirmam que não receberam instrução para trabalhar a favor do pleito brasileiro.

O mecanismo que permite aos países se declararem como “em desenvolvimento” é uma das principais críticas de Trump à OMC. Segundo ele, China e Índia se valem da distinção para se beneficiar injustamente em relações comerciais.

Trump tem destacado a injustiça nas relações comerciais com a China para fomentar uma guerra comercial com o país. Washington já elevou taxas sobre 200 bilhões de dólares em importações chinesas. A tensão comercial fez a OCDE revisar a previsão de crescimento do PIB global de 2019 de 3,9% para 3,2%. A entidade também reporta redução drástica no comércio e nos investimentos globais. Com tantas ameaças no radar, o pleito brasileiro deve continuar em segundo plano.

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