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O futuro da China na balança

O país cresce 6,8% ao ano, mas muitos economistas acreditam que esse número mascara problemas mais profundos

China: hoje, Guangzhou é uma possível visão do futuro do país (Billy H.C. Kwok/The New York Times/The New York Times)
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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 15h55.

Última atualização em 26 de outubro de 2017 às 17h02.

Guangzhou, China – Há uma década, esta cidade no sudeste da China tinha a reputação de ser uma das mais deprimentes do país, com o céu poluído, engarrafamentos crônicos e córregos que foram pavimentados para conter o mau cheiro.

Hoje, Guangzhou é uma possível visão do futuro da China. Embora continue a lidar com a poluição e uma grande desigualdade econômica, a cidade limpou muitos dos seus problemas, tem um moderno sistema de metrô de 192 estações e um distrito cultural brilhante, incluindo uma aclamada ópera.

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O leito limpo de um dos piores córregos agora conta com cafés e lojas de lembrancinhas.

“A qualidade da água aqui é muito melhor do que já foi. Antes, a água suja saía dos bueiros sempre que chovia forte”, disse Zhang Kun, vendedor de macarrão instantâneo nas proximidades.

De acordo com números oficiais, a economia chinesa está indo bem. O Escritório Nacional de Estatística da China anunciou há pouco tempo que a economia cresceu 6,8 por cento no terceiro trimestre do ano passado.

Muitos economistas acreditam que esses números mascaram problemas mais profundos.

A economia chinesa, a segunda maior do mundo, está sobrecarregada com a dívida de linhas ferroviárias, estradas, pontes e torres de apartamentos modernos. E ainda depende muito das indústrias sujas do passado, como aço e carvão.

O presidente Xi Jingping falou sobre reforma econômica, mas a dívida cresceu sob seu governo. Suas medidas políticas tendem a se concentrar na ajudar às empresas estatais, mantendo e mesmo aumentando o controle do Partido Comunista sobre toda a economia, inclusive as empresas privadas.

Ao falar na abertura do congresso do Partido Comunista que acontece a cada cinco anos, Xi disse que “apoiaria a capital do Estado para se tornar mais forte, melhorando e crescendo”.

Willy Lam, especialista na liderança de Pequim da Universidade Chinesa de Hong Kong, disse: “É difícil imaginar Xi Jinping tomando uma posição reformista, porque é uma pessoa pré-moderna. Ele é basicamente um homem da década de 1950”.

Xi assumiu grande parte da responsabilidade que tradicionalmente recai sobre o primeiro-ministro.

O último congresso do partido, há cinco anos, deu uma ideia da abordagem da dívida chinesa sob Xi.

Zhang Gaoli, que administrava a grande metrópole de Tianjin, juntou-se ao comitê permanente. Zhang era mais conhecido por liderar os trabalhos do governo para construir a “Nova Manhattan” – a selva de torres de escritórios e prédios de apartamentos imensos, afastada do centro de Tianjin, erguida na esperança de criar um novo centro financeiro.

A grande cidade-satélite atraiu alguns residentes nos últimos anos, mas ainda não se converteu em um centro financeiro.

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