O efeito da tempestade Harvey no PIB dos EUA
A região atingida é responsável por cerca de 2,4% de todo o PIB americano
EXAME Hoje
Publicado em 30 de agosto de 2017 às 06h11.
Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 07h49.
Hoje o departamento de Comércio dos Estados Unidos divulga a segunda estimativa do PIB. É esperado que o segundo dado seja de 2,9% no segundo trimestre do ano, se comparado ao mesmo período de 2016, após um aumento já revisado de 1,2% no primeiro trimestre — se o dado se confirmar, será 0,3 ponto percentual maior do que o número preliminar. O presidente Donald Trump, claro, vai bater no peito para dizer que o dado é fruto de seu “plano econômico”.
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Quando o resultado primário saiu, o presidente afirmou que o aumento de 2,6% era um dado que “ninguém via há muito tempo”. No terceiro trimestre do ano passado, quando o PIB avançou 2,9% sua campanha minimizou o número, dizendo que traria ganhos mais robustos. Embora o consumo das famílias americanas e os dados do varejo estejam muito bons, o crescimento da economia tem pouco a ver com Trump.
Nos últimos anos, a economia dos Estados Unidos tem começado devagar, decolado no meio do ano e pisado no freio conforme o calendário vai se encerrando. No terceiro trimestre de 2014, por exemplo, o dado anualizado foi um aumento de 5%.
Embora o dado divulgado hoje seja relativo ao segundo trimestre investidores e analistas já olham para o próximo. A razão é a tempestade Harvey, que castiga a região de Houston, no Texas, desde sexta-feira. A região é responsável por cerca de 2,4% de todo o PIB americano. Segundo uma análise da agência Moody’s, a tempestade deve custar de 30 a 40 bilhões de dólares em danos a propriedades, além 7 bilhões em prejuízo ao comércio da região. Economistas do banco Goldman Sachs estimam que o desastre pode impactar o PIB do terceiro trimestre em 0,2 ponto percentual, por causa dos danos no setor petroleiro.
Mas há quem olhe pelo outro lado. Apesar da devastação, a reconstrução da cidade e da região deve trazer investimentos do governo e competição entre trabalhadores da construção, o que elevaria o preço médio dos salários e o fluxo financeiro após o acidente. Embora a perspectiva econômica seja boa, não deixa de ser uma maneira sombria de olhar para o desastre, que já deixou 10 mortos e milhares de desabrigados.