Economia

O dólar assusta, mas não por muito tempo

O mercado financeiro parece ter entrado em mais uma de suas ondas de pânico. A perspectiva de que Luiz Inácio Lula da Silva vença as eleições - até mesmo no primeiro turno - está sustentando uma nova corrida em direção ao dólar. A moeda americana fechou a 3,45 reais nesta quinta-feira, uma alta de 2,8% […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h31.

O mercado financeiro parece ter entrado em mais uma de suas ondas de pânico. A perspectiva de que Luiz Inácio Lula da Silva vença as eleições - até mesmo no primeiro turno - está sustentando uma nova corrida em direção ao dólar. A moeda americana fechou a 3,45 reais nesta quinta-feira, uma alta de 2,8% em relação à quarta. Novamente, o dólar atingiu a segunda maior cotação desde o início do Plano Real. Desde o início do ano, a alta das cotações da moeda americana já chegam a quase 50%.

Até onde o dólar pode subir? Na avaliação de um tesoureiro de um banco internacional com larga experiência no Brasil, esses preços podem assustar. Só que esse susto vai durar, no máximo, até a Páscoa de 2003. "O dólar vai começar a ceder de forma sustentada na primeira metade do ano que vem", diz ele.

O que sustenta esse raciocínio é uma conta bastante simples. Esqueça, por um momento, as necessidades de financiamento externo e olhe apenas para o saldo da balança comercial. Em 2002, mesmo com toda a turbulência e o desaquecimento do mercado internacional, a meta de um superávit de 7 bilhões de dólares deverá ser atingida facilmente. Mesmo antes do fim do terceiro trimestre, o superávit da balança comercial já atinge 6,3 bilhões de dólares.

As perspectivas para o ano que vem são melhores ainda. "O dólar deverá permanecer nesse patamar e a economia não vai mostrar grandes sinais de aquecimento, pelo menos no primeiro semestre", diz o tesoureiro. Por isso, é possível prever um aumento no fluxo de dólares, pois a demanda por importações continuará fraca e o dólar permanecerá em níveis que tornam competitivos os produtos brasileiros. "Não é absurdo pensar em um superávit de 10, ou mesmo 12 bilhões de dólares no ano que vem."

Quando os bancos começarem a se convencer desse potencial de recuperação, a normalização das linhas de crédito à exportação é uma simples questão de tempo. "Não dá para acreditar que uma empresa de primeira linha com tradição exportadora não consiga se financiar facilmente nessa situação." Ou seja: o mercado de dólar está tenso, deverá continuar assim, mas essa é uma situação provisória, e com data para acabar.

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