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O alívio do Brexit e o câmbio flutuante de Ilan

No mercado, a volta das intervenções cambiais do BC não é descartada, mas também não é consensual

Ilan Goldfajn: trajetória de valorização do real pode testar o compromisso do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, com o câmbio flutuante (Adriano Machado / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2016 às 19h49.

O dólar cai pelo 5º dia seguido e volta ao patamar abaixo de R$ 3,40 com a diminuição do receio de que o Reino Unido deixe a União Europeia , tornando realidade o chamado Brexit.

Esta trajetória de valorização do real pode testar o compromisso do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, com o câmbio flutuante.

No mercado, a volta das intervenções cambiais do BC não é descartada, mas também não é consensual. A última atuação do BC com swaps reversos foi realizada em 18 de maio, ainda na gestão de Alexandre Tombini. A decisão de intervir no mercado agora será de Ilan, que assumiu o BC no dia 13 com a promessa de usar com “parcimônia” as ferramentas de que o BC dispõe para atuar no câmbio.

O discurso do novo presidente do BC deixou claro que ele pretende deixar o câmbio flutuar mais, diz Daniel Weeks, economista-chefe da Garde Investimentos. “Se o risco do Brexit passar, o BC pode até voltar a atuar, mas sem afetar a taxa de câmbio”. O dólar mais baixo, segundo Weeks, seria uma oportunidade para o BC retomar o processo de redução do estoque de swaps. Para o economista, o dólar poderá cair até R$ 3,20.

Segundo Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, existiria uma boa razão para o BC evitar intervir no câmbio, permitindo que o real se fortaleça um pouco mais: a inflação. “O câmbio agora é o melhor instrumento para o BC conter a inflação”, diz o economista.

Para Vieira, mesmo sem o BC atuar, a queda do dólar pode ser limitada pela expectativa de alta dos juros nos EUA, que deve voltar ao principal foco do mercado assim que passar o referendo do Brexit marcado para quinta-feira.

O noticiário pesado na área política, com novos nomes citados na Lava Jato quase que diariamente, não deve impactar o dólar, a não ser que Michel Temer seja diretamente comprometido, diz Weeks. A expectativa de aprovação das medidas fiscais, por sua vez, ajuda a explicar a “complacência” do mercado com notícias negativas para as contas públicas, como o imbróglio da dívida dos estados, agravado após a declaração de calamidade no Rio de Janeiro.

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Esta trajetória de valorização do real pode testar o compromisso do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, com o câmbio flutuante.

No mercado, a volta das intervenções cambiais do BC não é descartada, mas também não é consensual. A última atuação do BC com swaps reversos foi realizada em 18 de maio, ainda na gestão de Alexandre Tombini. A decisão de intervir no mercado agora será de Ilan, que assumiu o BC no dia 13 com a promessa de usar com “parcimônia” as ferramentas de que o BC dispõe para atuar no câmbio.

O discurso do novo presidente do BC deixou claro que ele pretende deixar o câmbio flutuar mais, diz Daniel Weeks, economista-chefe da Garde Investimentos. “Se o risco do Brexit passar, o BC pode até voltar a atuar, mas sem afetar a taxa de câmbio”. O dólar mais baixo, segundo Weeks, seria uma oportunidade para o BC retomar o processo de redução do estoque de swaps. Para o economista, o dólar poderá cair até R$ 3,20.

Segundo Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, existiria uma boa razão para o BC evitar intervir no câmbio, permitindo que o real se fortaleça um pouco mais: a inflação. “O câmbio agora é o melhor instrumento para o BC conter a inflação”, diz o economista.

Para Vieira, mesmo sem o BC atuar, a queda do dólar pode ser limitada pela expectativa de alta dos juros nos EUA, que deve voltar ao principal foco do mercado assim que passar o referendo do Brexit marcado para quinta-feira.

O noticiário pesado na área política, com novos nomes citados na Lava Jato quase que diariamente, não deve impactar o dólar, a não ser que Michel Temer seja diretamente comprometido, diz Weeks. A expectativa de aprovação das medidas fiscais, por sua vez, ajuda a explicar a “complacência” do mercado com notícias negativas para as contas públicas, como o imbróglio da dívida dos estados, agravado após a declaração de calamidade no Rio de Janeiro.

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