Número de suspeitos de lavagem de dinheiro aumenta 153% em 2010
Segundo relatório do Coaf, 24.168 pessoas são suspeitas do crime
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2011 às 14h43.
Brasília - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, identificou 24.168 pessoas suspeitas de lavagem de dinheiro no país em 2010. Os nomes foram citados em mais de mil relatórios sobre operações suspeitas rastreadas pelo Coaf ao longo do ano.
O número de pessoas suspeitas é 153% maior do que o registrado em 2009, quando o Coaf identificou 9.522 pessoas possivelmente ligadas a operações de lavagem de dinheiro no Brasil.
Os relatórios elaborados pelo Coaf servem de base para a abertura de investigações pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. “O Coaf não investiga. Ele apenas detecta movimentações em que possa haver ilícitos e as encaminha para à polícia e ao Ministério Público”, afirmou hoje (19) o presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, à Agência Brasil.
O Coaf monitora operações em diversos setores como as loterias, cartões de crédito, lojas de joias e antiguidades, compra de imóveis, mercado de seguros e previdência. Entre as atividades que recebem atenção especial do órgão estão as “operações atípicas” informadas pelos bancos, isto é, movimentações suspeitas de dinheiro que podem estar encobrindo alguma ação ilegal.
De 2009 para 2010, a comunicação, dos bancos para o Coaf, sobre esse tipo de operações aumentou 42%, passando de 22 mil para 31 mil. Apenas entre janeiro e abril deste ano, já foram comunicadas ao Coaf 11.693 operações suspeitas.
As comunicações são o primeiro passo para o Coaf iniciar o monitoramento de uma operação de lavagem de dinheiro. Caso haja indícios de irregularidades, são, então, elaborados os relatórios que serão encaminhados à polícia.
“Temos tido um crescimento desse tipo de comunicação, por parte dos bancos, nos últimos anos. E isso vem aumentando por vários fatores, entre eles, o investimento que o sistema financeiro faz em treinamento de pessoal e novos sistemas. Esse é um sinal positivo, já que mostra que os bancos estão conscientes do papel deles de não serem usados em lavagem de dinheiro”, disse.
A proximidade de grandes eventos esportivos internacionais que ocorrerão no Brasil, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas do Rio de 2016, é outra preocupação das autoridades brasileiras, em relação à lavagem de dinheiro.
Para o inspetor-chefe da Receita Federal no Porto do Rio, Ewerson Augusto Chada, há a possibilidade de estrangeiros usarem os eventos para tentar “lavar” dinheiro, isto é, tornar “legais” recursos provenientes de atividades ilegais e criminosas, como o tráfico de drogas e a corrupção.
“Foi detectada a possibilidade da ocorrência de lavagem de dinheiro tanto em operações de comércio exterior quanto em outros tipos de operações, pela presença de muitos estrangeiros que virão ao Brasil em decorrência desses eventos”, afirmou o inspetor.
Já o presidente do Coaf acredita que o maior risco que apresentam esses eventos é a possibilidade de desvio de recursos provenientes das inúmeras obras de estádios e infraestrutura que precisarão ser feitas, e a consequente tentativa de “lavar” esse dinheiro.
“Os eventos estão proporcionando grandes obras. E grandes obras oferecem oportunidade para que alguém as faça malfeito. Os órgãos têm se articulado no sentido de evitar superfaturamento de obras, algo mais ligado à corrupção do que propriamente à lavagem de dinheiro. Mas é lógico que, no momento, em que o sujeito pratica o crime, ele vai tentar esconder o dinheiro”, disse.
Brasília - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, identificou 24.168 pessoas suspeitas de lavagem de dinheiro no país em 2010. Os nomes foram citados em mais de mil relatórios sobre operações suspeitas rastreadas pelo Coaf ao longo do ano.
O número de pessoas suspeitas é 153% maior do que o registrado em 2009, quando o Coaf identificou 9.522 pessoas possivelmente ligadas a operações de lavagem de dinheiro no Brasil.
Os relatórios elaborados pelo Coaf servem de base para a abertura de investigações pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. “O Coaf não investiga. Ele apenas detecta movimentações em que possa haver ilícitos e as encaminha para à polícia e ao Ministério Público”, afirmou hoje (19) o presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, à Agência Brasil.
O Coaf monitora operações em diversos setores como as loterias, cartões de crédito, lojas de joias e antiguidades, compra de imóveis, mercado de seguros e previdência. Entre as atividades que recebem atenção especial do órgão estão as “operações atípicas” informadas pelos bancos, isto é, movimentações suspeitas de dinheiro que podem estar encobrindo alguma ação ilegal.
De 2009 para 2010, a comunicação, dos bancos para o Coaf, sobre esse tipo de operações aumentou 42%, passando de 22 mil para 31 mil. Apenas entre janeiro e abril deste ano, já foram comunicadas ao Coaf 11.693 operações suspeitas.
As comunicações são o primeiro passo para o Coaf iniciar o monitoramento de uma operação de lavagem de dinheiro. Caso haja indícios de irregularidades, são, então, elaborados os relatórios que serão encaminhados à polícia.
“Temos tido um crescimento desse tipo de comunicação, por parte dos bancos, nos últimos anos. E isso vem aumentando por vários fatores, entre eles, o investimento que o sistema financeiro faz em treinamento de pessoal e novos sistemas. Esse é um sinal positivo, já que mostra que os bancos estão conscientes do papel deles de não serem usados em lavagem de dinheiro”, disse.
A proximidade de grandes eventos esportivos internacionais que ocorrerão no Brasil, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas do Rio de 2016, é outra preocupação das autoridades brasileiras, em relação à lavagem de dinheiro.
Para o inspetor-chefe da Receita Federal no Porto do Rio, Ewerson Augusto Chada, há a possibilidade de estrangeiros usarem os eventos para tentar “lavar” dinheiro, isto é, tornar “legais” recursos provenientes de atividades ilegais e criminosas, como o tráfico de drogas e a corrupção.
“Foi detectada a possibilidade da ocorrência de lavagem de dinheiro tanto em operações de comércio exterior quanto em outros tipos de operações, pela presença de muitos estrangeiros que virão ao Brasil em decorrência desses eventos”, afirmou o inspetor.
Já o presidente do Coaf acredita que o maior risco que apresentam esses eventos é a possibilidade de desvio de recursos provenientes das inúmeras obras de estádios e infraestrutura que precisarão ser feitas, e a consequente tentativa de “lavar” esse dinheiro.
“Os eventos estão proporcionando grandes obras. E grandes obras oferecem oportunidade para que alguém as faça malfeito. Os órgãos têm se articulado no sentido de evitar superfaturamento de obras, algo mais ligado à corrupção do que propriamente à lavagem de dinheiro. Mas é lógico que, no momento, em que o sujeito pratica o crime, ele vai tentar esconder o dinheiro”, disse.