Coroas suecas: dinheiro físico vem perdendo relevância na Suécia (Linus Hook/Bloomberg)
Victor Caputo
Publicado em 7 de novembro de 2015 às 12h41.
São Paulo – A Suécia está caminhando para ser o primeiro país a não usar cédulas de dinheiro no mundo. De acordo com um novo estudo, nos últimos seis anos, a circulação de dinheiro físico caiu entre 40% e 50%.
Essa mudança está sendo possível graças a adoção de tecnologia por conta dos bancos e da população. Hoje, é possível usar pagamentos digitais em lojas e até máquinas públicas de venda de comidas.
Um sistema chamado Swish nasceu de uma parceria entre seis bancos da Suécia. Com um app, o sistema está sendo um dos principais fatores da transição do dinheiro físico para pagamentos digitais naquela região.
“Demora apenas dois segundos para fazer uma transferência de dinheiro, o que dá um caráter similar ao das cédulas”, disse Niklas Arvidsson, professor do Instituto Real de Tecnologia KTH, da Suécia.
Para se ter ideia do avanço, o Swish já conta com um mais de 3 milhões de usuários—a Suécia, para comparação, tem 9,5 milhões de habitantes.
Um dos diferenciais do serviço é que as transferências são feitas em tempo real. Isso dá aos usuários e comerciantes a confiança que o dinheiro “trocou de mãos”.
O desafio nessa transição é desenvolver uma maneira de acolher pessoas que não tenham smartphones, acesso à internet ou estejam fora do sistema bancário.
“As cédulas de dinheiro são uma boa solução para esse grupo e é preciso ter soluções em uma sociedade sem cédulas”, diz o professor Arvidsson.
De acordo com o pesquisador, o país poderia ser cashless (ou completamente sem dinheiro físico) dentro de oito ou dez anos. Mas isso não deve acontecer tão rapidamente.
O governo do país está trabalhando na distribuição de novos modelos de moedas e cédulas atualmente. Arvidsson acredita que os governantes enxergam as cédulas como presentes até 2040, mais ou menos.
Tradicionalmente, a Suécia adota rapidamente inovações na área financeira. Os primeiros caixas eletrônicos foram instalados no país em 1967—dois anos antes dos EUA, de acordo com o site Fast Company. Com as mudanças recentes, foram retirados mais de 900 caixas eletrônicos do país entre 2010 e 2012, por falta de uso.
A população do país também adotou rapidamente soluções como transição de dinheiro de forma eletrônica ou o uso de cartões de crédito, no passado.