Economia

10 primeiros anos de carreira definem renda, diz estudo

Economistas do Fed de Nova York analisaram dados de 5 milhões de americanos ao longo de 40 anos e viram que maior salto na renda ocorre no começo da carreira


	Mão idosa e mão jovem: começo da carreira é momento crucial
 (Getty Images)

Mão idosa e mão jovem: começo da carreira é momento crucial (Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 11 de fevereiro de 2015 às 10h42.

São Paulo - Se você está nos seus primeiros 10 anos de carreira, não perca tempo: são eles que definirão a trajetória da sua renda ao longo de toda uma vida.

É o que diz um estudo recente do Federal Reserve Bank do estado de Nova York, nos Estados Unidos, publicado pelos economistas Fatih Guvenen, Fatih Karahan, Serdar Ozkan e Jae Song.

Eles usaram dados da Previdência Social de 5 milhões de indivíduos ao longo de quase 40 anos para investigar o ciclo de renda ao longo de uma vida, um tema relativamente pouco explorado pela literatura acadêmica. A conclusão principal é que o grosso do crescimento de renda ocorre na primeira década. E mais: 

"Para o grupo na mediana, o crescimento médio de renda entre os 35 e os 55 anos é zero. E com exceção dos 10% no topo da pirâmide, todos os outros experimentam crescimento negativo de renda entre os 45 e os 55 anos", escrevem os autores.

De forma geral, o indivíduo na mediana tem um crescimento de renda de 38% entre os 25 e os 55, com ganhos concentrados na primeira década. Para os 5% mais ricos, o crescimento é de 230% nestes 30 anos de "auge".

Entre os 1% no topo da pirâmide, o crescimento é de impressionantes 1.500% entre os 25 e os 55. Os 20% de americanos mais pobres, por sua vez, experimentam uma queda real de renda no período. 

A explicação pode ser bem simples: contatos, reputação e experiência são acumulados ao longo de uma carreira, e renda gera renda (além de até mesmo expectativa de vida). Já o principal ativo de trabalhadores menos qualificados é sua força braçal, que declina com a idade. 

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