Economia

Mudança na poupança é necessária, diz Mendonça de Barros

Governo terá que tomar a medida para evitar movimentos especulativos de migração para a caderneta, que teriam efeitos complexos na economia

Mudança nas regras da poupança devem ser feitas, defende economista Luiz Carlos Mendonça de Barros (EXAME.com)

Mudança nas regras da poupança devem ser feitas, defende economista Luiz Carlos Mendonça de Barros (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2012 às 21h08.

São Paulo – A mudança nas regras de para cálculo do rendimento da caderneta de poupança, que pode ser anunciadas amanhã pelo governo, segundo fontes próximas ao Planalto, é necessária diante da redução na taxa dos juros no Brasil.

Esta é a avaliação do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES, ex-ministro das Comunicações e sócio fundador e estrategista da Quest Investimentos.

“Vai ter que ser feito. A poupança tem a vantagem fiscal, que é muito forte para o grande poupador”, avalia o economista, em entrevista exclusiva a EXAME.com, que vai ao ar nesta quinta-feira.

“A mudança é simples. O medo é que a caderneta é o grande instrumento de poupança das pessoas de menos posse. Mas é só colocar um teto para o benefício fiscal. Isso equaciona o problema”, diz Mendonça de Barros.

Diante das recentes quedas na taxa Selic, que já está em 9% e ainda pode cair para 8,5% até o final do ano, segundo projeções de analistas, a poupança – isenta de taxa de administração e imposto de renda – tornou-se um investimento potencialmente mais interessante que os papéis pós-fixados e fundos DI. 

Ainda não está claro quais seriam as medidas tomadas pelo governo para endereçar a questão. Entre as possibilidades está atrelar o rendimento da poupança à variação da taxa básica de juros ou passar a cobrar imposto de renda sobre a aplicação, segundo a Associação Nacional de Executivo de Finanças, Administração e Contabilidade. 

“É preciso fazer a mudança”, enfatizou o economista. “Se não fizer, corremos o risco de ter movimentos especulativos de saída do sistema bancário para a poupança que podem ter efeitos bastante complexos na economia”, conclui.

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