Economia

Nova poupança vale a partir de amanhã

Remuneração será alterada sempre que a Selic estiver abaixo ou igual a 8,5% ao ano - nesse caso, ela será remunerada pela TR mais 70% da Selic

Mudanças irão valer para as cadernetas abertas a partir de amanhã ou para os depósitos em cadernetas antigas feitos a partir de amanhã (Roberto Stuckert Filho/PR)

Mudanças irão valer para as cadernetas abertas a partir de amanhã ou para os depósitos em cadernetas antigas feitos a partir de amanhã (Roberto Stuckert Filho/PR)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 20h56.

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje as mudanças nas regras de rendimentos da poupança, que passam a valer amanhã. A novidade é que o rendimento será atrelado à taxa básica de juros sempre que ela for igual ou inferior a 8,5% ao ano. As cadernetas existentes até hoje seguirão a regra antiga (veja a cobertura completa). 

As mudanças irão valer para as cadernetas abertas ou para os depósitos em cadernetas antigas feitos a partir de amanhã. Como a Selic está em 9,0%, a remuneração segue a mesma para todas as cadernetas, por enquanto. 

De acordo com o novo modelo, a remuneração da poupança será alterada sempre que a Selic estiver abaixo ou igual a 8,5% ao ano. Nessas condições, a poupança será remunerada pela Taxa Referencial (TR) mais 70% da Selic. Quando a Selic estiver acima desse patamar, vale a regra atual. 

"A mudança é mínima e não afeta os interesses dos correntistas", disse Mantega, em entrevista coletiva. “A nova poupança continuará sendo uma boa aplicação. A antiga, nem se fale. É ótima”, disse o ministro.

Atualmente há cerca de 100 milhões de cadernetas de poupanças ativas, que representam 430 bilhões de reais aplicados, de acordo com Mantega. Essas aplicações seguem com as regras inalteradas. O cálculo da TR também não será modificado, segundo o ministro.

Hoje, o cálculo dos rendimentos de poupança é feito com base na remuneração básica (Taxa Referencial) mais uma remuneração fixa de 0,5% ao mês. A poupança também tem isenção de imposto de renda, o que será mantido.

Segundo Mantega, a medida dá espaço ao Banco Central para continuar reduzindo a taxa básica de juros, sem que haja uma fuga dos grandes investidores dos fundos de renda varável e títulos públicos para a poupança. "É uma medida necessária para continuar a baratear o crédito e manter o consumo aquecido, garantindo o crescimento do PIB", disse.

De acordo com o ministro, o governo conta com o apoio necessário no Congresso para manter a nova regra em vigor. “Fizemos reunião com líderes da base aliada e não houve nenhuma voz destoante”, disse. A Medida Provisória que estabelece as mudanças será editada amanhã, pela presidente Dilma Rousseff.


Crédito imobiliário

Para o ministro, a oferta de crédito imobiliário não deverá ser comprometida pelas alterações, já que a poupança continuará atraindo investimentos. 

“A rentabilidade das demais aplicações está caído e continuará caindo, portanto não faltarão recursos para o financiamento imobiliário”, diz Mantega. 

Assim como na regra antiga, 65% dos recursos investidos na nova poupança serão reservados aos financiamentos imobiliários.

Fundos pressionados

O ministro disse ainda que os fundos de renda variável serão pressionados a reduzir suas taxas de administração para se tornarem mais competitivos, a exemplo do que aconteceu em 2010, quando a Selic bateu em 8,75%. “Os fundos que estão cobrando taxas elevadas, terão que reduzi-las", disse Mantega.

Veja a apresentação do ministro na íntegra:

Nova remuneração da poupançahttp://www.scribd.com/embeds/92305841/content?start_page=1&view_mode=list&access_key=key-1y5ec47o3a7i6buphfwf

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasEstatísticasGoverno DilmaIndicadores econômicosJurosMinistério da FazendaPoupançaSelic

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor