Plataforma de petróleo: segundo secretário de Comércio Exterior do MDIC, governo segue esperando recuperação da conta-petróleo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2014 às 19h24.
Brasília - O déficit na conta-petróleo e a queda nos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) afetaram a balança comercial e contribuíram para o saldo negativo acumulado em 2014, que chega a US$ 6,1 bilhões.
A afirmação é do secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Segundo ele, o governo segue esperando recuperação da conta-petróleo, cujo déficit caiu de US$ 4,6 bilhões, em fevereiro de 2013, para US$ 3,6 bilhões no mês passado. Ele disse que também acompanha com atenção o comportamento dos preços de itens como minério de ferro e soja.
“Percebe-se uma melhora na conta-petróleo, sendo puxada pelas exportações. No primeiro bimestre de 2013, eram US$ 2,6 bilhões. Em 2014, atingiram US$ 3,5 bilhões”, destacou. Em 2013, a parada para manutenção de plataformas da Petrobras contribuiu para aumento nas importações e queda nas exportações do produto. Daí, a expectativa de recuperação neste ano.
O petróleo bruto é uma das commodities exportadas pelo Brasil, e teve recuo de 4,5% no preço, no primeiro bimestre deste ano.
“Temos hoje um cenário geral de preços de commodities em baixa. Temos que ver ao longo do ano o comportamento de cada um dos produtos. Há uma expectativa que, mesmo com essa queda de preço [das commodities], haja um aumento da quantidade [exportada] que possa compensar”, disse o secretário.
A queda no preço das commodities era apontada como tendência desde o ano passado por analistas. O produto que teve queda mais acentuada foi o milho, com decréscimo de 30%.
O secretário de Comércio Exterior também voltou a atribuir os resultados deficitários ao aumento nas importações, causado pela demanda por bens de capital e intermediários, utilizados na indústria, apesar de a compra desses itens ter recuado, respectivamente, 2,7% e 0,7% no primeiro bimestre, ante o mesmo período do ano passado. Segundo Godinho, o recuo pode ter ocorrido em função de uma base de comparação alta em 2013. O secretário destacou que esse tipo de importação, que teve crescimento em janeiro, é positivo e sinaliza investimento.
“Pontualmente, o segmento que chamou a nossa atenção em termos de crescimento é o de eletroeletrônicos, suas partes e peças”, disse Godinho. Ele disse que tem havido procura das empresas por televisores e componentes, e associou a procura com a aproximação da Copa do Mundo. O movimento, segundo ele, deve durar até maio.