Economia

China tentou esconder que pode virar maior economia do mundo

O Escritório Nacional de Estatísticas do país questionou a metodologia do Banco Mundial e não endossou os resultados, diz o jornal Financial Times


	Consumo: China hesita em assumir o papel de primeira economia do mundo ainda este ano
 (Getty Images)

Consumo: China hesita em assumir o papel de primeira economia do mundo ainda este ano (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2014 às 16h55.

São Paulo - A China não concordou com o Banco Mundial sobre o fato de que pode vir a se tornar a maior economia do mundo em paridade de poder de compra ainda este ano.

Segundo o jornal Financial Times, o Escritório Nacional de Estatísticas, o IBGE Chinês, questionou a metodologia da pesquisa do Programa de Comparação Internacional (IPC), coordenado pelo Banco Mundial.

No relatório final do IPC, há inclusive um trecho em que o órgão afirma que o instituto chinês não endossou os resultados como sendo oficiais. 

Nenhum dos jornais chineses, que sofrem de censura estatal, divulgou os resultados do Banco Mundial.

Segundo analistas, o país pode estar tentando esconder os resultados por duas razões: primeiro, porque ser o maior do mundo traz responsabilidades para com o mercado internacional com as quais a China ainda não quer arcar, como o fato de ela ditar a velocidade de crescimento de outros países. Isso já acontece hoje em certa medida, mas o peso aumenta sendo a economia número 1.

Em segundo lugar, apesar de estar melhorando seus indicadores, a China ainda é um país muito pobre. Assumir o fardo de maior economia mundial pode trazer ainda mais insatisfações internas por parte da população mais desfavorecida. 

O índice de paridade de poder de compra é apenas um dos diversos indicadores econômicos. Nos restantes, como o PIB, a China ainda ocupa o segundo lugar, atrás dos Estados Unidos, que tem PIB duas vezes maior que seu rival asiático.

Resta saber até quando, já que a China cresce a um ritmo de 7,2% ao ano, enquanto que os americanos lutam para chegar aos 3%.

*Matéria atualizada às 15hs desta sexta-feira, 02 de maio de 2014.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBanco MundialChina

Mais de Economia

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados

'Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás', diz presidente da Petrobras

Governo estima R$ 820 milhões de investimentos em energia para áreas isoladas no Norte

Desemprego cai para 6,4% no 3º tri, menor taxa desde 2012, com queda em seis estados