Economia

Net: teles terão de atualizar rede para oferecer TV paga

Brasília - O presidente da Net, José Antonio Félix, disse que as empresas de telefonia terão de atualizar suas redes se quiserem prestar os serviços de TV por assinatura, utilizando a mesma infraestrutura dos serviços de telefone fixo e de banda larga. "Não se faz televisão nas redes que estão aí", afirmou Félix, em entrevista […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Brasília - O presidente da Net, José Antonio Félix, disse que as empresas de telefonia terão de atualizar suas redes se quiserem prestar os serviços de TV por assinatura, utilizando a mesma infraestrutura dos serviços de telefone fixo e de banda larga. "Não se faz televisão nas redes que estão aí", afirmou Félix, em entrevista coletiva.

As teles já dispõem hoje de licenças para prestar serviço de TV paga via satélite (DTH), mas aguardam a aprovação pelo Congresso do projeto de lei 29/2007 para entrarem também no mercado de TV a cabo. As novas regras, propostas no projeto, permitiriam às empresas de telefonia terem ganhos operacionais na oferta de pacotes de serviços, incluindo TV por assinatura, internet e telefonia.

Apesar da atuação das empresas de telefonia no segmento de DTH, a Net ainda mantém a liderança do mercado, com 51% do total de clientes. Segundo dados de outubro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), há no Brasil 7,1 milhões de assinantes de TV paga.

Segundo Félix, o grande desafio de 2010 será o aspecto concorrencial, com a entrada de novas empresas no mercado. "Vai chegar uma hora em que todo mundo vai ter os mesmos serviços", afirmou. Neste momento, segundo o presidente da Net, o que mais fará a diferença serão a qualidade dos serviços e o bom atendimento ao cliente.

O executivo afirmou ainda que a margem de lucro do setor de TV por assinatura é em média de 26%, abaixo do setor de telefonia fixa, que seria de 44%. "Todo mundo que entra no mercado de TV a cabo tem que estar com disposição para baixar a margem de lucro", disse.

Além da TV paga, a Net tem também uma participação expressiva no mercado de banda larga fixa, com 26% dos clientes, o que significa 2,8 milhões de assinantes. Ele avalia que, apesar de crescente, a banda larga móvel, prestada pelas redes da telefonia celular, não é concorrente para a banda larga fixa, porque, segundo ele, tem uma qualidade inferior e uma velocidade baixa de conexão.

Para universalizar o acesso à banda larga no País, na opinião do presidente da Net, é necessário que o governo faça uso das redes óticas das empresas estatais. "Em um mercado que não tem retorno para a iniciativa privada tem que ter estímulo", afirmou. Ele defende também a atuação do governo, como incentivador da entrada de novos concorrentes, nos mercados "monopolistas", onde só as empresas de telefonia atuam hoje.

Felix avalia, no entanto, que o governo não precisaria entrar em mercados altamente competitivos, como, por exemplo, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. "O governo gastar um centavo sequer em mercados como estes parece má destinação de recursos públicos", afirmou.

 

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