Economia

Neri diz que PIB mais lento que consumo é desafio

Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos afirmou que, nos anos mais recentes, crescimento da renda do trabalhador se explica pelo reajuste nos salários

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 18h21.

Rio - O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri, afirmou nesta segunda-feira, 12, hoje que um dos principais desafios enfrentados pelo país atualmente é o avanço na economia em ritmo menos intenso do que o consumo e a vida privada.

"As pessoas compram carros, mas a infraestrutura não acompanha. As pessoas viajam, mas os aeroportos não têm capacidade. Existe um descompasso entre a vida privada e as ações públicas", disse, durante participação no XXVI Fórum Nacional, no Rio.

Segundo Neri, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 27,8% no acumulado da última década.

Enquanto isso, ressaltou o ministro, a renda média avançou 52%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), enquanto o extrato dos 10% mais pobres tiveram ganhos de 106% na renda no período.

"Isso é novo no Brasil, já que o econômico sempre andou na frente do social. Sempre fomos um país de investimento em capital físico, não humano", ressaltou, destacando o ganho social conquistado nos últimos anos e a queda da desigualdade.

Apesar disso, Neri afirmou que, nos anos mais recentes, o crescimento da renda do trabalhador se explica pelo reajuste nos salários.

"Isso sinaliza escassez de mão de obra, o que é um grande desafio e um grande problema", disse.

O ministro ainda afirmou que as questões de produtividade e poupança são duas limitações do país. Ele defendeu políticas de expansão do ensino técnico e de atração de talentos do exterior.

"Além disso, precisamos reforçar a poupança das famílias", destacou, atentando para a necessidade disso para o crescimento econômico do Brasil.

O ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, presidente do Fórum, também destacou a necessidade de criar oportunidades para todos. "Elevado crescimento do PIB não é suficiente", disse.

Ele destacou que faltam, no Brasil, políticas para educação de qualidade e de geração de empregos.

"Existe a necessidade de transformar propostas em realidade para que o país saia da crise sociopolítica em que se encontra e volte a crescer 5% ao ano", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Consumoeconomia-brasileiraPIBPIB do BrasilSalários

Mais de Economia

Lula diz que a fome 'existe por decisão política' e quer tirar o Brasil do Mapa da fome até 2026

Taxação global de 2% sobre super-ricos arrecadaria de US$ 200 a US$ 250 bi por ano, diz Haddad

‘Problema dos gastos no Brasil não é ter os pobres no Orçamento’, diz Simone Tebet

Plano Real, 30 anos: Gustavo Loyola e as reformas necessárias para o Brasil crescer

Mais na Exame