Resistência: alguns países da Europa, como a Polônia, se opuseram aos método proposto para mediar disputas entre grandes companhias e Estados
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2017 às 06h08.
Última atualização em 21 de setembro de 2017 às 07h37.
Em uma época de contestação dos acordos de comércio internacional, entra em vigor nesta quinta-feira o Acordo Econômico Compreensivo de Trocas entre Canadá e Europa (CETA, na sigla em inglês).
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O acordo, que estava sendo negociado desde 2009, prevê cortar as taxas de importação entre o Canadá e o bloco europeu em até 98% e permite que empresas europeias participem de licitações canadenses, entre outras coisas.
É o segundo maior acordo comercial firmado pelo Canadá desde 1994, quando entrou em vigor o Acordo de Livre Comércio da Améria do Norte, o NAFTA — um tratado que aumentou drasticamente as trocas entre Canadá, Estados Unidos e México e que está na mira do presidente americano, Donald Trump.
A implementação de hoje é enfrenta resistência. Alguns países da Europa, como a Polônia, se opuseram aos método proposto para mediar disputas entre grandes companhias e Estados — a reivindicação é de que haja sempre um representante da nação em litígio presente.
Exige-se também que o acordo seja ratificado por cada um dos países membros do bloco europeu, o que poderia levar anos por vir.
A Polônia é apenas o mais novo representante da onda anti-acordos de livre comércio que tomou conta dos países desenvolvidos nos últimos anos. Donald Trump tirou os Estados Unidos do Tratado Trans-Pacífico (TTP) e pede uma revisão do NAFTA — além de ameaçar meio mundo com maiores tarifas alfandegárias.
Mas aqueles que optaram pelo caminho solitário pagam o preço: os britânicos, que no ano passado votaram pela saída do bloco econômico da União Europeia, se veem às voltas com problemas econômicos e multas originados pelo Brexit.
Segundo o presidente canadense, Justin Trudeau, o CETA irá gerar crescimento e empregos, e pode servir de exemplo para futuros acordos — incluindo um com o Reino Unido pós-Brexit.
Apenas uma pequena parcela das exportações do Canadá é destinada à Europa: 7,9% ou 30,6 bilhões de dólares. Em contrapartida, 13% de suas importações vem do continente, um montante de 52,4 bilhões de dólares.
O número é muito pequeno se comparado à relação entre Estados Unidos e Canadá, que movimenta 70% das trocas dos canadenses em um comércio de 1,4 trilhão de dólares.
Esta semana, ministros de Canadá, Estados Unidos e México se reúnem Ottawa para discutir o futuro do NAFTA, enfrentando o nacionalismo de Trump. O CETA pode ser um trunfo canadense na ocasião.