Economia

Não falta mão de obra qualificada no Brasil, diz Ipea

Para o Ipea, os desempregados de hoje são, em sua maioria, qualificados. Se há escassez, diz instituto, é de mão de obra não qualificada


	Segundo o Ipea, a oferta de mão de obra qualificada vem aumentando continuamente na última década
 (.)

Segundo o Ipea, a oferta de mão de obra qualificada vem aumentando continuamente na última década (.)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 19h58.

São Paulo - Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta segunda-feira refutou uma das principais críticas dos empresários brasileiros: a de que não há mão de obra qualificada no país, o que eleva os salários muito acima da produtividade em diversos setores.

De acordo com o estudo "Um retrato de duas décadas do mercado de trabalho brasileiro utilizando a PNAD", publicado hoje, a participação dos trabalhadores mais qualificados - com mais de 11 anos de estudo - entre o total de desempregados saltou de 20%, em 1992, para mais de 50%, em 2012.

Esse é um dos indícios que sugere, na avaliação do instituto, que se há mesmo escassez de mão de obra, é da não qualificada.

"As análises oferecem fortes evidências contrárias à noção de que haveria uma escassez de mão de obra qualificada no país”, diz o comunicado (veja na íntegra ao final).

Na mesma direção, o Ipea afirma que a maior expansão de oferta de trabalho é verificada dentre o grupo das pessoas qualificadas, com aumento contínuo entre 1992 e 2012, mas intensificado na última década.

A expansão é ainda mais substancial comparando a oferta relativa de mão de obra mais qualificada com relação ao grupo com menor qualificação.

O maior crescimento se deu nos grupos com ensino médio completo e com algum ensino superior (isto é, com 11 a 14 anos de escolaridade), o mais alto na escala medida.

O Ipea analisou a oferta relativa de mão de obra por diferentes níveis de qualificação, usando o nível de escolaridade medido pelo PNAD, do IBGE.


O Instituto usou também o conceito de “unidades de eficiência” para medir o total de trabalhadores por nível de qualificação – procedimento usual na literatura internacional.

O documento faz, no entanto, a ressalva de que é possível que setores específicos tenham escassez de profissionais qualificados e especializados, porém, não é o cenário do mercado de trabalho como um todo.

Veja abaixo o documento na íntegra:

//www.scribd.com/embeds/174220104/content?start_page=1&view_mode=scroll&access_key=key-13rce5onwvrwy67px60x&show_recommendations=true

Acompanhe tudo sobre:EstatísticasIpeaMão de obraMercado de trabalhoPNAD

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor