Telefonia móvel deverá chegar a 100 milhões de linhas ativas em 2006
Crescimento estimado entre 15% e 20% indica ritmo menorna conquista de novos clientes
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h03.
O mercado de telefonia móvel deverá crescer em ritmo menor em 2006, depois de registrar recorde de novos clientes em 2005 e se aproximar do nível de 50% de penetração na população brasileira. No ano passado, o setor cresceu 31,4% em relação a 2004, com a entrada de 86,2 milhões de clientes. Em 2006, porém, o desempenho deverá ser mais modesto, com expansão entre 15% e 20%, segundo analistas. Com a perspectiva de desaceleração da taxa de crescimento, a estratégia das empresas neste ano será investir na retenção e fidelização de seus clientes pós-pagos, a fim de elevar suas margens operacionais .
"Como os assinantes de renda superior já estão atendidos e o mercado atinge 46,6% de penetração, a tendência é de movimento de desaceleração em 2006. O setor deverá chegar ao final de 2006 com cerca de 100 milhões de clientes", diz Jacqueline Lison, analista de telecomunicações da Fator Corretora. A estimativa de crescimento de 16% para este ano da Fator está bem abaixo dos 31,4% registrados em 2005 e dos 41% de 2004.
A ABN Corretora trabalha com perspectiva de incremento entre 15% e 20% da base de telefonia móvel. "A taxa de crescimento do número de telefones móveis vendidos no quarto trimestre de 2005 já foi 17% menor ante o mesmo período de 2004. Mas ainda há espaço para crescer, em velocidade menor", diz Alex Pardellas, analista de investimentos em telecomunicações da ABN. Segundo ele, a taxa de penetração (ou teledensidade) do serviço móvel no país ainda tem espaço para crescer 10 pontos percentuais, alcançando algo em torno de 60% da população. Essa expansão, porém, pode não ocorrer totalmente ao longo de 2006.
Foco nos mais rentáveis
Enquanto em 2003, 2004 e 2005, a estratégia das operadoras de telefonia móvel focou o aumento da base de clientes, em 2006 a tônica será a manutenção de clientes rentáveis. O esforço das empresas será buscar rentabilidade, diz Pardellas, da ABN. Para Jacqueline, da Fator, a concorrência será mais racional a partir de agora, sem ações predatórias por parte das operadoras, como a guerra de preços na venda de aparelhos. "A concorrência já foi muito complicada, com iniciativas agressivas. Mas até por conta dessas experiências anteriores, as empresas perceberam que podem não ter musculatura para sustentar esforços muito grandes", diz Jacqueline.
As operadoras passarão, então, a investir na retenção dos melhores clientes, como os que usam intensivamente os serviços e os pós-pagos, a fim de que eles não migrem para as concorrentes. "O momento é favorável para os clientes de pós-pago, que terão subsídios intensificados na compra de novos aparelhos, por exemplo", diz Jacqueline. Ao mesmo tempo, segundo ela, as empresas de telefonia móvel também terão de melhorar seu desempenho em questões específicas, como acesso à rede, atendimento a clientes e clonagem de aparelhos.