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Lula pede que empresas invistam no Brasil e ignorem queda do PIB

Falando em tom de líder da América do Sul, o presidente afirmou que uma nova geopolítica comercial está em construção

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h14.

Com um discurso de integração sul-americana, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva convidou a investir no Brasil os mais de 150 empresários, presentes no 7º Seminário Brasil e Parceiros, promovido pelo governo federal em São Paulo. Depois de enumerar a série de projetos de interligação de infra-estrutura na América do Sul, Lula qualificou a região como uma "enorme fronteira de oportunidades para investidores de todo o mundo". E voltou a falar que está sendo reconstruída a geopolítica comercial e a infra-estrutura de uma região com mais de 300 milhões de habitantes. "O Brasil trocou uma participação dependente e subordinada por uma participação soberana e cooperativa no comércio internacional", afirmou Lula.

Quanto à queda brusca e inesperada do Produto Interno Bruto inclusive fortemente contestada por diretores do Banco Central, que afirmaram que a pesquisa está errada , o presidente Lula se disse chateado. "Todo mundo espera números positivos", afirmou. "Mas que ninguém se preocupe com a taxa do terceiro trimestre. Os indicadores demonstram que o Brasil crescerá em 2006 e em 2007 e em 2008."

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Falando em tom de líder dessa nova geopolítica comercial, Lula ganhou aplausos do empresariado ao comentar que pediu, ontem, ao primeiro-ministro britânico Tony Blair, a convocação de uma reunião do G-8, o grupo de países mais industrializados do mundo mais a Rússia, que sinalizou contrariedade quanto à participação de emergentes em suas reuniões. "O senhor [Tony Blair], que é o coordenador do G 8, convoque cinco países emergentes. Certamente, na hora que juntarmos os presidentes da República, poderemos encontrar o caminho de uma boa negociação, o qual os nossos interlocutores até agora não encontraram", disse Lula, referindo-se à proximidade da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio, que ocorre na próxima semana em Hong Kong.

Como em uma tentativa de evitar a imagem de liderança imperialista do Brasil na América do Sul o que já provocou confrontos em parceiros como a Bolívia , Lula afirmou: "O Brasil rechaçou qualquer projeto hegemônico na integração continental. Temos consciência do papel social que a integração sul-americana exerce".

Apesar do debate nacional já iniciado sobre as eleições presidenciais no ano que vem, Lula buscou tranqüilizar a platéia quanto à possibilidade da reprodução, em 2006, do conturbado período político e econômico que ocorreu em 2002, ano em que foi eleito. "Faço questão de reiterar que não haverá nenhuma tomada de posição [no próximo ano eleitoral] do governo que coloque em risco o que construímos para sustentabilidade e perspectivas de crescimento do país."

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