A mesa diretora da Câmara dos Deputados vai dividir o processo contra 13 parlamentares acusados de participar do esquema do "mensalão" em relatórios individuais, antes de enviar a documentação ao Conselho de Ética. Com isso, os deputados ganham alguns dias a mais para renunciar, preservando a possibilidade de concorrer a qualquer posto eletivo em 2006.

O parecer elaborado pela Corregedoria da Câmara -- que pede abertura de processos de cassação por quebra de decoro -- foi aprovado nesta terça-feira (11/10) pelos membros da mesa, por um placar de cinco votos favoráveis a um contrário (do deputado João Caldas, PL-AL). Caldas, quarto secretário da Mesa, ameaçava pedir vistas (atrasando o envio ao Conselho), caso fosse decidido enviar os processos em bloco.

Aldo Rebelo (PC do B-SP), presidente da Câmara, optou por não votar. Ele só seria obrigado a manifestar voto em caso de empate.

Os 13 relatórios, fruto do desmembramento decidido hoje, deverão ser entregues ao presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), na sexta-feira. Assim, os processos só deverão ser abertos na semana que vem.

O parecer da Corregedoria trata de 16 parlamentares. O critério para a inclusão no parecer foi a citação nas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) dos Correios e da Compra de Votos.

Como três deputados já estão com processo instaurado no Conselho de Ética -- José Dirceu (PT-SP), Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG) --. foi decidido que abrir um novo processo contra eles atrasaria o andamento dos trabalhos.

Com informações da Agência Câmara.