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Multinacionais brasileiras pressionam por mudanças no país

Segundo o professor da FGV-RJ, Carlos Langoni, a expansão das multinacionais brasileiras terá um impacto positivo na economia brasileira, "que vive uma nova fase".

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h25.

Precisou a Petrobras ser nacionalizada na Bolívia para que o Brasil se desse conta de uma nova realidade. Para o diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni, o país vive uma nova fase, a da "economia dual": enquanto o setor privado se modernizou nos últimos anos, criando diversas multinacionais, o país não se desenvolveu no mesmo ritmo.

"O processo de ajuste do setor público é mais lento, mas acredito que essa nova fase, das multinacionais brasileiras, acabem forçando algumas mudanças", diz o professor.

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Uma das anomalias diz respeito ao envio de capital para o exterior. Com o movimento das multinacionais brasileiras se intensificando - algumas até com o título de grau de investimento -, é natural que elas aumentem seus investimentos nas filiais. Mas existem barreiras dentro do Brasil que atrapalham esse fluxo de dinheiro. Segundo Langoni, o Banco Central ainda é burocrático nesse aspecto, com normas que dificultam o envio de divisas para o exterior.

"Em um primeiro momento, haveria saída de capital, mas no médio e longo prazo as empresas tendem a mandar esse dinheiro de volta ao país, em forma de lucros e dividendos", diz Langoni. "Com isso, ajudam a equilibrar o câmbio no país."

A expansão das multinacionais brasileiras também deve pressionar por mudanças políticas. "A internacionalização do setor privado exige novos paradigmas de uma política externa", diz Lagoni. Segundo ele, novos problemas vão surgir - como o da Petrobras, na Bolívia - e é preciso que o governo esteja preparado para lidar com eles.

Langoni participa, nesta segunda-feira (30/5), do "Multinacionais Brasileiras", na FGV-RJ. Também estarão presentes representantes do governo e de empresas, como Vale do Rio Doce, Gerdau e Embraer.

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