Mujica quer abordar mudanças do Mercosul com Chávez
Mujica declarou ao jornal uruguaio "La República" que tem "a preocupação e o interesse de abordar com Chávez uma discussão séria e profunda sobre o Mercosul"
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h55.
Montevidéu - O presidente do Uruguai , José Mujica, quer se reunir com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante a Cúpula Ibero-Americana de Cádiz (Espanha) para analisar como conseguir "uma verdadeira integração" dentro do Mercosul, informaram nesta segunda-feira fontes oficiais.
Fontes da Presidência uruguaia ratificaram à Agência Efe que Mujica partirá na próxima semana para a cidade do sul da Espanha para a reunião ibero-americana dos dias 16 e 17 de novembro e que ali pretende ter um contato com o líder venezuelano.
"Viajará para Cádiz e sua intenção é se reunir com Chávez", disseram as fontes, que não descartaram uma breve visita de Mujica à Venezuela em seu retorno da Espanha, se lá não puder falar com o presidente, se este não for à cúpula.
"Existe a vontade de, eventualmente, em caso de não encontrar com Chávez lá, voltar por Caracas", explicaram.
Nas últimas horas, Mujica declarou ao jornal uruguaio "La República" que tem "a preocupação e o interesse de abordar com Chávez uma discussão séria e profunda sobre o Mercosul".
"O que vou perguntar e me pergunto é quando chegará o dia em que vai haver políticas convergentes no Mercosul", disse ao veículo.
Para o governante, um ex-guerrilheiro de 77 anos que pertence à esquerdista Frente Ampla, não é possível que a relação dentro do bloco "se reduza a uma simples troca comercial".
"Devemos voltar à discussão para conseguir uma verdadeira integração", anotou.
Mujica considera ainda que o Mercosul "não é um projeto congelado, mas uma atitude militante de integração", em que talvez seja preciso "modificar regulamentos ou documentos, ou sair da questão de se existe um TLC (Tratado de Livre-Comércio) com fulano ou beltrano".
O Mercosul atravessou neste ano uma de suas crise mais graves depois que três de seus quatro membros originais, Brasil, Argentina e Uruguai, decidiram suspender o quarto, Paraguai, devido à destituição do presidente Fernando Lugo pelo Congresso de seu país.
A destituição de Lugo, considerada por essas nações como "golpe de estado parlamentar" pela rapidez com que aconteceu embora a ação esteja prevista na Constituição, permitiu a entrada da Venezuela no bloco, que estava engessada justamente pela recusa do Senado paraguaio.