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MPF critica pontos de projeto sobre marco civil da web

Integrantes do MPF ressaltaram que o uso domiciliar da internet foi disseminado na década de 1990, após, portanto, à Constituição de 1988

Congresso: os procuradores deram destaque ao fato de a internet ser mais complexa, heterogênea, variável e ampla do que os meios tradicionais (Reynaldo Stavalde/Câmara)
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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 20h58.

Brasília - Numa nota técnica divulgada nesta segunda-feira (24), integrantes do Ministério Público Federal (MPF) fizeram críticas ao projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados que propõe princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. De acordo com os procuradores que assinam o documento, a criação de um marco civil da internet é louvável, mas ainda é necessário aperfeiçoar a proposta em relação à responsabilidade por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros.

"Da maneira como está redigido o projeto deixa portas abertas pelas quais direitos do consumidor, a privacidade da pessoa, a proteção integral da criança e do adolescente e a dignidade da pessoa humana estão em risco excessivo, o que é inaceitável dos pontos de vista ético e jurídico. A regra de responsabilidade pode favorecer o exercício da liberdade de expressão, tão débil em nosso país, ao mesmo tempo que não pode descuidar de outros valores igualmente importantes", afirmam os procuradores.

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No texto, os integrantes do MPF observam que não existe uma legislação específica para o uso de novas tecnologias e que a criação de um marco legal contribuirá para que fiquem mais claras as regras, fixando princípios e promovendo uma política suficientemente flexível para acompanhar a evolução tecnológica e não restringi-la. Eles ressaltaram que o uso domiciliar da internet foi disseminado na década de 1990, após, portanto, à Constituição de 1988.

Os procuradores deram destaque ao fato de a internet ser mais complexa, heterogênea, variável e ampla do que os meios tradicionais. "A responsabilidade na internet é realidade complexa e heterogênea. Não apenas em razão da diversidade de direitos eventualmente lesados. A própria realidade da internet é mutante, altera padrões de conduta e a sua arquitetura introduz novos riscos a direitos", afirmam. "O aparecimento e difusão de modelos mais participativos de serviços na internet e a radicalização da internacionalização dos serviços e seus provedores servem de pano de fundo para a discussão sobre a questão da responsabilidade", completaram.

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