Economia

Moody's considera ajuste insuficiente para reduzir dívida

A agência considerou que a desaceleração da economia brasileira e as elevadas taxas de juros para financiar a dívida dificultarão a redução


	A Moody's pôs em dúvida a capacidade do governo da presidente Dilma Rousseff de alcançar a meta de superávit primário fixada para este ano e para o próximo
 (Emmanuel Dunand/AFP)

A Moody's pôs em dúvida a capacidade do governo da presidente Dilma Rousseff de alcançar a meta de superávit primário fixada para este ano e para o próximo (Emmanuel Dunand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2015 às 14h46.

Rio de Janeiro - Os níveis de dívida do Brasil continuarão elevados e manterão sua tendência de alta em 2016, apesar do ajuste fiscal lançado pelo governo para equilibrar as contas públicas, advertiu nesta quarta-feira a agência de classificação de risco Moody's.

Em seu relatório, a Moody's considerou que a desaceleração da economia brasileira, que cresceu apenas 0,1% em 2014, e as elevadas taxas de juros para financiar a dívida impedirão uma diminuição desse nível ano que vem.

A agência assinalou que a receita do governo tem diminuído mais rápido do que as despesas, resultado do frágil crescimento econômico do país, que segundo projeções oficiais se contrairá 1% este ano.

Por isso, a agência pôs em dúvida a capacidade do governo da presidente Dilma Rousseff de alcançar a meta de superávit primário fixada para este ano e para o próximo, de 1,2% e 2%, respectivamente.

"A Administração de Dilma Rousseff fixa objetivos primários de superávit de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% em 2016 com o objetivo de recuperar a confiança em suas medidas, mas é pouco provável que consiga alcançar esses objetivos", afirmou o vice-presidente e supervisor de crédito da Moody's, Mauro Leos.

Como resultado destes fatores, prevê a agência, os níveis brasileiros de dívida continuarão a ser elevados, e poderiam chegar a 66% do PIB em 2016, dificilmente descendo para 60% até 2018. 

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