Steven Mnuchin: Mnuchin explicou que os comentários faziam referência à evolução a curto prazo do valor do dólar (Michele Tantussi/Getty Images)
EFE
Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 17h14.
Nova York - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, precisou esclarecer nesta quinta-feira as declarações dadas por ele ontem, quando falou sobre as vantagens de um "dólar frágil" para a economia americana, o que provocou duras críticas de analistas e uma desvalorização da moeda.
Durante uma entrevista coletiva ontem na cidade de Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, Mnuchin disse que um dólar frágil era "bom para o comércio e para as oportunidades econômicas"
As declarações fizeram com que a divisa americana se desvalorizasse ontem no mercado de câmbio em relação a outras das principais moedas mundiais. O recuo se mantinha hoje no meio-pregão em Wall Street.
Ao participar de um debate organizado hoje pela emissora americana "CNBC" em Davos, Mnuchin explicou que os comentários faziam referência à evolução a curto prazo do valor do dólar, não a longo prazo.
"No curto prazo, não me preocupo com a situação do dólar, porque ela oscila", afirmou no programa. "Há benefícios no curto prazo com um dólar com um valor mais baixo", completou o secretário do Tesouro.
No longo prazo, porém, Mnuchin disse apostar na força do dólar por ser a moeda de reserva do sistema internacional. "E continuará sendo, levando em consideração a confiança no mercado americano", salientou.
As declarações de ontem foram recebidas com surpresa pelos analistas americanos. O "The Wall Street Journal" publicou um editorial com várias críticas a Mnuchin.
"O homem cuja assinatura está no dólar diz ao mundo que quer que seu valor seja menor para que os EUA possam se vingar dos seus vizinhos no intercâmbio comercial", escreveu o "Journal" no editorial.
O texto ganhou o título "Fazendo o dólar frágil de novo", uma ironia ao lema da campanha eleitoral do presidente Donald Trump: "Fazer os EUA grandes de novo" ("Make America Great Again").
O "Journal" afirmou que os EUA não vivem em uma "bolha econômica" e precisam recorrer ao mercado externo para a produção manufatureira. Por isso, um dólar frágil atrapalharia a competitividade do país e beneficiaria os rivais no exterior.
Mnuchin negou que suas declarações sobre a moeda sejam uma mudança de diretriz do governo. No entanto, na campanha, Trump também chegou a afirmar em algumas ocasiões que achava que o dólar era muito valorizado.
"Talvez seja ligeiramente diferente do que disseram os ex-secretários do Tesouro", disse Mnuchin.
O dólar também estava sofrendo hoje no mercado de câmbio devido às novas decisões anunciadas pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que incluem a possibilidade de prolongar os estímulos monetários à economia do país após a crise financeira de 2008.