Economia

Ministros descartam impacto de referendo italiano na zona do euro

"Até o momento, os mercados reagiram com tranquilidade", enfatizou o presidente do Eurogrupo, o ministro holandês Jeroen Dijsselbloem

Zona do euro: "Não há razões para falar de uma crise do euro" (.)

Zona do euro: "Não há razões para falar de uma crise do euro" (.)

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AFP

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 13h23.

A demissão do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, depois do resultado de um referendo constitucional na Itália não terá impacto na zona do euro, asseguraram nesta segunda-feira os ministros das Finanças dos países do euro, destacando a calma dos mercados.

O próprio comissário europeu para Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, garantiu que a Itália é um país sólido e poderá fazer frente à instabilidade política.

"É um país sólido, com autoridades sólidas e confio plenamente na Itália para enfrentar a situação", afirmou à televisão estatal francesa France 2.

"Até o momento, os mercados reagiram com tranquilidade", enfatizou o presidente do Eurogrupo, o ministro holandês Jeroen Dijsselbloem, para quem o resultado do referendo "não muda realmente a situação da economia na Itália ou dos bancos italianos".

Para Dijsselbloem, que fez essas declarações em uma reunião de colegas em Bruxelas, "os problemas que temos hoje são os problemas que tínhamos ontem e que precisam ser enfrentados".

"A Itália necessita urgentemente de um governo capaz de atuar e espero que continuará com as reformas com as quais se comprometeu", assegurou, por sua vez, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble.

"Não há razões para falar de uma crise do euro", enfatizou.

Moscovici admitiu que a demissão de Renzi depois do não no referendo de reforma constitucional supõe uma instabilidade política, mas destacou que, do ponto de vista econômico "o país é muito estável, é uma grande economia e um país comprometido com a Europa".

Matteo Renzi anunciou que apresentará sua renúncia nesta segunda-feira, um dia depois da grande derrota em um referendo constitucional, o que abre um período de incerteza pela falta de uma alternativa clara para governar o país.

O "não" à reforma constitucional estimulada por Renzi obteve 59,95% dos votos.

Depois do último conselho de ministros, Renzi, 41 anos, comparecerá ao Palácio de Quirinal para apresentar a renúncia ao presidente Sergio Mattarella, um chefe de Estado discreto que será obrigado a administrar a transição.

Mattarella poderia convocar eleições antecipadas, mas também, o que é considerado mais provável, nomear um governo "técnico" para reformar a lei eleitoral

A Comissão Europeia reduziu em novembro as previsões de crescimento da zona euro para 2017 de 1,8% a 1,5% por causa do Brexit.

"Este foi um referendo sobre uma questão interna italiana, uma reforma constitucional. Não tem relação com a situação da zona euro nem da União Europeia", assegurou o ministro espanhol Luis de Guindos.

Apesar de as principais bolsas europeias abrirem esta segunda em baixa depois da vitória do "não", pouco depois registravam altas significativas.

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