Economia

Ministro argentino diz que dólar informal o faz rir

Ele também desafiou os jornalistas a dizer onde obtêm os dados do preço no mercado ilegal, chamado "blue"


	Dólar: a presidente Cristina Kirchner impôs desde o final de 2011 uma medida de câmbio que proíbe a venda de dólares para poupança ou operações imobiliárias, para evitar a fuga de capitais.
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Dólar: a presidente Cristina Kirchner impôs desde o final de 2011 uma medida de câmbio que proíbe a venda de dólares para poupança ou operações imobiliárias, para evitar a fuga de capitais. (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2013 às 16h44.

Buenos Aires - O ministro argentino da Economia, Hernán Lorenzino, afirmou nesta segunda-feira que a cotação do dólar informal o faz rir, e que desafia os jornalistas a dizer onde obtêm os dados do preço no mercado ilegal, chamado 'blue'.

"É um mercado ilegal que não tem nenhuma referência clara de preço. Eu rio muito cada vez que vejo a cotação. Juro que desafiaria qualquer jornalista a me dizer como a conseguiu", declarou ao canal C5N.

Lorenzino argumentou que a publicação da cotação do dólar informal "é uma forma de pressionar para a desvalorização".

"Não vamos desvalorizar", reiterou Lorenzino, cujo governo enviou ao Congresso um projeto de lei de lavagem de de dólares, que investiria os dólares desviados em petróleo e construção.

O dólar 'blue' era cotado nesta segunda-feira, nas chamadas 'cuevas' (cavernas) financeiras da City de Buenos Aires a 8,95 pesos, depois de ter alcançado um recorde de 10,45 pesos no dia 8 de maio, com 100% de diferença em relação ao mercado oficial, segundo jornais econômicos.

A presidente Cristina Kirchner impôs desde o final de 2011 uma medida de câmbio que proíbe a venda de dólares para poupança ou operações imobiliárias, para evitar a fuga de capitais.

A medida conseguiu reduzir a fuga de dólares de 22 a 4 bilhões de dólares entre 2011 e 2012, mas as operações ilegais ganharam força devido à forte demanda de divisas, que é crônica nos últimos 50 anos na Argentina.

Esta semana o Senado começa a debater a iniciativa de Kirchner de criar instrumentos de investimento dolarizados, para enfraquecer o mercado paralelo e estimular a economia, menos dinâmica que na última década.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCâmbioDólarMoedas

Mais de Economia

Brasil é 'referência mundial' em regulação financeira, diz organizador de evento paralelo do G20

Governo teme “efeito cascata” no funcionalismo se Congresso aprovar PEC do BC

Banco Central estabelece regras para reuniões com agentes do mercado financeiro

Produção industrial sobe 4,1% em junho, maior alta desde julho de 2020

Mais na Exame