Economia

Minas tenta negociar nova suspensão de dívida com a União

Estado deve cerca de R$ 88 milhões para o governo federal e tenta negociar suspensão de pagamento

Minas Gerais: governador discutiu situação financeira do estado com Temer por telefone (Wikimedia Commons)

Minas Gerais: governador discutiu situação financeira do estado com Temer por telefone (Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 08h37.

Belo Horizonte - Com déficit de R$ 13 bilhões acumulado nos últimos dois anos e pedido de autorização para decretar calamidade financeira enviado à Assembleia Legislativa, o Estado de Minas Gerais agora tenta negociar com o governo federal nova suspensão do pagamento da dívida, em torno de R$ 88 bilhões.

Segundo o governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), o assunto foi discutido nesta terça-feira, 6, por telefone com o presidente Michael Temer (PMDB).

"Ele demonstrou preocupação com a situação não só de Minas Gerais, mas também de outros Estados, e disse que trabalha em uma solução que a possa nos atender também", afirmou nesta terça o governador, depois de reunião com representantes da Assembleia, Tribunal de Justiça e Ministério Público, no Palácio da Liberdade, para discutir a situação financeira do Estado.

O secretário de Estado da Fazenda, José Afonso Bicalho, contou os termos da negociação com o governo. "O que a gente quer é que, nos dê, primeiro, o não pagamento de todas as dívidas, mas de uma forma negociada. Não queremos tomar nenhuma medida de forma unilateral", disse Bicalho, que negou a possibilidade de o Estado decretar moratória.

Por acordo com a União, desde junho Minas e outros estados tiveram suspensão do pagamento de parcelas da dívida com o governo federal. Porém a volta de parte do pagamento está prevista para janeiro. As parcelas pagas por Minas giram em torno de $ 450 milhões.

A justificativa do governo para a decretação de calamidade financeira é que, com isso, será possível pagar o 13º salário, já que seria possível evitar imposições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "Se fôssemos seguir a lei, teríamos que pagar primeiro despesas que não foram pagas, o que significaria que fecharíamos o ano com dinheiro em caixa, mas sem pagar o 13º", afirmou Pimentel.

Segundo o governador, a decretação de calamidade "evita colapso de serviços públicos". Pimentel defendeu que isso permitirá o fornecimento de comida aos presídios, gasolina para carros da PM, medicamentos em hospitais, dentre outros.

De acordo com o secretário da Fazenda de Minas Gerais, o Estado vem acumulando déficit antes da chegada de Pimentel ao Palácio Tiradentes. Entre 2003 e 2014, Minas Gerais foi governado por dois tucanos, os hoje senadores Aécio Neves e Antônio Augusto Anastasia, e por Alberto Pinto Coelho (PP).

Em nota conjunta, os dois partidos afirmaram ser "inacreditável que na metade seu governo, o PT ainda tente creditar o fracasso de sua gestão aos governos anteriores. Os dados mostram que de 2003 a 2014, período em que o Estado foi governado pelo PSDB e aliados, a evolução do endividamento do Estado em relação à Receita Corrente Líquida (previsto na LRF) caiu".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaDívida públicaMinas Gerais

Mais de Economia

Novos dados aumentam confiança do Fed em desaceleração da inflação, diz Powell

Lula pede solução de contradições de europeus para acordo com Mercosul

Crescimento econômico da China desaponta e pressiona Xi Jinping

Prévia do PIB: IBC-Br sobe 0,25% em maio, após estabilidade em abril

Mais na Exame