Economia

Milhares de gregos protestam contra cortes de gastos

Com a forte presença policial, os protestos foram pacíficos, com os manifestantes gritando slogans contra os cortes e carregando faixas


	Samaras prometeu que não haverá mais medidas de austeridade no futuro
 (Louisa Gouliamaki/AFP)

Samaras prometeu que não haverá mais medidas de austeridade no futuro (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2012 às 16h13.

Atenas - Milhares de manifestantes marcharam neste sábado nas ruas da cidade grega de Thessaloniki, no norte do país, marcando o primeiro protesto em massa contra as próximas medidas de austeridade do governo. De acordo com a polícia, mais de 15 mil pessoas participaram de cinco marchas diferentes convocadas por sindicatos e organizações de esquerda, enquanto mais de 3 mil policiais foram mobilizados em todo o centro da cidade para manter a ordem e fazer cumprir a lei.

Com a forte presença policial, os protestos foram pacíficos, com os manifestantes gritando slogans contra os cortes e carregando faixas que traziam escrito: "Pare com as políticas neoliberais."

As marchas são o primeiro teste real do sentimento popular desde que o governo de coalizão formado por três partidos assumiu o poder depois das difíceis eleições de junho. As manifestações também surgem num momento em que representantes da troica - um grupo formado por União Europeia (UE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) - chegam a Atenas para negociar mais cortes dolorosos.

A troica se reine neste fim de semana na capital grega para avaliar o progresso das reformas feitas pela Grécia e determinar se o país se qualifica para receber a próxima parcela de ajuda multibilionária. As negociações ocorrem após a pausa de verão e devem durar até o fim de setembro.

No topo da agenda, estarão os cortes orçamentários de 13,5 bilhões de euros (US$ 17,1 bilhões) que a troica exige que o governo grego faça em troca da última fatia de socorro no valor de 173 bilhões de euros. Tais reduções de gastos elevaram a taxa de desemprego na Grécia para um recorde de 24,4% em junho e reduziram o poder de compra dos assalariados para patamares que não eram vistos desde 2003.

Dados divulgados na sexta-feira mostraram que a economia grega no segundo trimestre do ano encolheu em um ritmo mais rápido que o esperado. O Produto Interno Bruto (PIB) do país teve contração de 6,3% na comparação anual. O dado foi pior que a queda de 6,2% apurada na estimativa de agosto. No primeiro trimestre, o PIB grego retraiu 6,5%.

Na manhã deste sábado, o primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, inaugurou a feira anual de comércio internacional na cidade de Thessaloniki, prometendo que não haverá mais medidas de austeridade no futuro. "Esses são os últimos cortes", disse o premiê grego. As informações são da Dow Jones.

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